O cenário actual dominado pelo novo coronavírus e os respectivos desafios acabaram por colocar em destaque o valor da produção e da logística conectadas. A Internet das Coisas (IoT) ajuda as empresas de produção a reagir com «maior flexibilidade», uma vez que a utilização e as condições de cada máquina individual podem ser rastreadas em tempo real, para além de existir transparência ao longo da cadeia de fornecimento.
«Especialmente em tempos excepcionais, como a crise actual, a conectividade torna as empresas menos vulneráveis e ajuda a minimizar o impacto de situações de stress”, diz Rolf Najork, membro do conselho de administração da Bosch responsável pela tecnologia industrial. Por exemplo, «onde o risco de infecção torna a proximidade física um desafio, as transferências de turnos podem ser tratadas digitalmente». A digitalização permite a monitorização e a manutenção remota de sistemas e máquinas, sem a necessidade de um técnico no local. O software inteligente pode rastrear mercadorias e entregas e garantir o reabastecimento a partir de qualquer local. «Tudo isso é possível graças à Indústria 4.0. As soluções conectadas ajudarão a tornar a produção e a logística mais simples, mais eficientes e flexíveis – e também mais robustas», diz o responsável.
A Bosch começou a adicionar conectividade à produção e logística em 2012 – tanto nas suas próprias fábricas como nos vários clientes. Segundo a empresa, os resultados começam a surgir, sendo que em 2019 gerou vendas de mais de 750 milhões de euros com soluções conectadas para produção e logística, verificando-se um aumento de 25% em relação ao ano anterior.
Indústria 4.0 acelera produtividade das fábricas
Nas fábricas do futuro, as únicas estruturas estáticas e fixas serão os pisos, paredes e tectos, segundo a Bosch. «A fábrica do futuro reinventa-se constantemente e conforme as exigências». Esta visão permite uma configuração das linhas que podem produzir milhares de produtos e variantes diferentes. Com a ajuda da Indústria 4.0, é possível aumentar a produtividade em até 25%, afirma Najork que considera que: «A conectividade é essencial para qualquer empresa que queira permanecer competitiva. Não estamos apenas a melhorar a produtividade da fábrica, mas a permitir que as empresas respondam rápida e adequadamente às mudanças.»
Para dar o exemplo da Bosch, a transicção da indústria automóvel significa uma «pressão adicional» relativamente a custos. Por este motivo, a divisão investirá cerca de 500 milhões de euros em digitalização e adição de conectividade às suas operações de produção nos próximos anos. A economia esperada será duas vezes maior: cerca de mil milhões de euros até 2025. E o uso de inteligência artificial deve aumentar ainda mais. O foco aqui é em soluções baseadas em IA para manutenção predictiva de máquinas, «garantia de qualidade e melhoria dos processos de produção».