Devido às perturbações na cadeia de abastecimento, com o fecho de muitas lojas físicas, o foco voltou-se para o comércio electrónico. O crescimento de dois dígitos que se verificou nos últimos anos parece destinado a continuar, ao mesmo tempo que as exigências dos consumidores por maior conveniência e entregas mais rápidas, precisas e atempadas são constantes e aplicam uma «pressão enorme» sobre os retalhistas e empresas de logística.
O recente white paper da Zetes “A primeira e a última milha como factor de sucesso no retalho e logística”, explora os desafios que a indústria enfrenta ao melhorar a experiência ao cliente, desde a separação, embalamento e envio de uma encomenda, à entrega física ao cliente. Ao captar todos os pontos pelos quais um produto passa ao longo da cadeia de abastecimento, a Zetes estabelece formas de como as organizações podem impulsionar a produtividade, aumentar a eficiência e reduzir os erros em todo o processo de entrega.
Actualmente, um factor que contribui para a «ineficiência na indústria é o enorme volume de parcelas que não são entregues com sucesso na primeira tentativa». Um estudo efectuado no Japão revela que, num mercado de comércio electrónico em rápido crescimento quase 20% das entregas não são efectuadas na primeira tentativa, e a percentagem é ainda maior em ambientes urbanos. «Claramente, adicionar etapas às entregas implica um enorme gasto de custos e recursos.»
Os estudos da PCA Predict estimam que o custo das entregas perdidas e falhadas é de 15 € por entrega, um valor muito significativo quando tantas organizações têm margens reduzidas. Uma vez que a última milha pode ser responsável por 30% dos custos totais do cumprimento de encomendas, em termos de mão de obra, transporte e combustível, o nível actual de ineficiência de entrega «não pode ser sustentado».
Trabalho mais inteligente
Embora seja «evidente» que as futuras tecnologias, incluindo robótica e veículos autónomos, vão ajudar a melhorar a eficiência e a sustentabilidade no processo de entrega de encomendas, estas soluções ainda estão numa fase inicial de desenvolvimento e representam um investimento significativo. Actualmente, os retalhistas e as empresas de logística precisam de fazer alterações que forneçam rapidamente a agilidade e o dimensionamento que permitem às empresas acompanhar a procura e as expectativas de forma eficiente em termos de custos. Também necessitam de trabalhar de forma mais inteligente utilizando tecnologias que optimizam os processos críticos, para que um modelo de logística elástico capaz de dimensionar as operações possa ser maximizado.
Transformação da primeira milha
Na primeira milha, a análise diz que as tecnologias baseadas em visão e captação de imagens estão a ajudar a transformar os processos de expedição e envio, assim como erradicar erros. Tecnologias inovadoras como Visual Sort Assist e Reconhecimento de voz multimodal exigem formação mínima, permitindo que as forças de trabalho fiquem «imediatamente produtivas». Para a máxima flexibilidade e valor, estes sistemas permitem que as operações utilizem uma combinação de tecnologias, por exemplo, combinar voz com digitalização de códigos de barras.
Eficiência da última milha
Na última milha, a tecnologia pode ser utilizada para melhorar a experiência dos motoristas e «garantir que podem trabalhar com confiança durante todo o processo de entrega». Ao harmonizar os dados de estado e eventos em tempo real, recolhidos em cada ponto principal da cadeia de abastecimento para o cliente final, as soluções de prova de entrega permitem que as empresas optimizem os processos e melhorem a experiência do cliente. O estudo japonês destaca que 42% dos clientes não sabiam que uma entrega falhada estava a caminho, garantir que os clientes são informados atempadamente das entregas pode reduzir as novas tentativas de entrega dispendiosas e diminuir os custos e o impacto ambiental.
Os custos financeiros e ambientais de uma nova tentativa de entrega são «muito significativos»:
• As novas tentativas de entrega correspondem a 25% da distância total percorrida pelos veículos de entrega de parcelas
• 420.000 toneladas de CO2 são geradas todos os anos por veículos de entrega exclusivamente para efectuar novas tentativas de entrega.
• Isto equivale a 90.000 pessoas a trabalhar a tempo inteiro apenas para gerir entregas.
Tiago Conceição, especialista em soluções de transporte na Zetes, comenta: «Não há dúvidas que, no futuro, os robots e os veículos autónomos vão desempenhar um papel importante nas operações de armazém e de entrega. No entanto, a indústria tem de começar a tirar partido das opções inovadoras disponíveis para alcançar um rápido cumprimento à primeira tentativa e uma melhor utilização dos recursos. Ao ter uma infraestrutura assente numa solução tecnológica ágil, dimensionável e interligada, os retalhistas e empresas de logística podem utilizar a visibilidade de ponta a ponta para gerir proactivamente todos os passos do processo. Só então poderão garantir o produto certo no local e hora certos de uma forma económica e ecológica.