De acordo com a Bloomberg, a Amazon tenciona aumentar a sua frota de aviões dos actuais 42 para 200 nos próximos sete a oito anos, criando um serviço de carga aérea que pode rivalizar com a da UPS e da FedEx. Isto de acordo com um estudo do Instituto Chaddick para o Desenvolvimento Metropolitano, da Universidade DePaul.
«Numa altura em que muitas companhias aéreas estão a reduzi a oferta devido à pandemia, a Amazon aumenta os esforços para conseguir entregas mais rápidas e baratas, adoptando um calendário ambicioso», diz o estudo, que conclui «que a expansão aérea da Amazon é uma das maiores histórias do momento no sector da carga aérea».
A Amazon lançou o serviço de carga aérea em 2016, tendo nessa altura dado origem a especulações se a empresa não se estaria a preparar para criar um serviço de overnight (entrega no dia seguinte) que pudesse rivalizar com o dos seus parceiros UPS e FedEx.
A Prime Air, opera a partir de aeroportos pequenos que ficam próximos dos seus centros logísticos à volta dos EUA, ajudando a Amazon a deslocar, rapidamente, o inventário para permitir entregas no prazo de um ou dois dias. Por esta razão, muitos analistas entendem que a Amazon não representa um risco de concorrência real para a UPS e FedEx pois opera um serviço limitado, para um pequeno número de destinos, pensado essencialmente para movimentar os seus próprios pacotes.
No entanto, o estudo refere que o novo hub em Cincinnati que custou 1.5 mil milhões de dólares e que pode acomodar 100 aviões e 200 voos por dia, possa ser o princípio.
Até agora a falta de um Hub central tem impedido a empresa de concorrer com a UPS e a FedEx no overnight, pois estas empresas têm mais aviões e voam para mais destinos. Mas, os investimentos que estão a ser feitos em Cincinnati, no aeroporto internacional no norte do Kentucky, pode mudar tudo, pois este hub parece ser o eixo dos esforços feitos pela Amazon para conseguir criar uma panóplia de serviços de entrega nos EUA.
No entanto, embora a situação possa ser lida desta maneira, a verdade é que a rede da FedEx com 9.000 ligações diárias e a UPS com 5.500, enquanto a Amazon neste momento opera apenas 363.
Com os especialistas a considerar que a viabilidade comercial da oferta da Amazon ainda é limitada, e que oferecer entregas a custo reduzido para um pequeno número de mercados diariamente não permite que esta possa ser considerada uma ameaça competitiva séria.
À medida que a Amazon constrói o seu próprio serviço de entrega de pacotes (a empresa tem 40 a 50 aviões, mais de 20.000 carrinhas e está a testar entregas realizados com robots), chegará o momento em que a empresa terá de decidir se quer fazer crescer o negócio de forma orgânica, abrindo-o a outras empresas, ou se opta por comprar um dos seus concorrentes.
O certo é que tanto a FedEx como a UPS reconhecem que neste momento a Amazon já é acima de tudo um concorrente.