O grupo industrial Rolls-Royce vai cortar 9.000 postos de trabalho, cerca de um quinto da sua força de trabalho em consequência do impacto do novo coronavírus. O fabricante de motores a jacto declarou que o objectivo é poupar 1.3 mil milhões de libras, para conseguir aguentar a quebra de negócio causada pela pandemia do covid-19 que mantém em terra a maioria das companhias aéreas, a nível mundial.
A empresa sedeada em Derby, no Reino Unido, emprega mundialmente cerca de 52 mil trabalhadores. Segundo a empresa, do total dos despedimentos, o maior impacto, cerca de 8.000 postos de trabalho, vai ser no segmento aeroespacial civil.
Em declarações à Sky News, o CEO, Warren East, embora não quisesse explicar onde seriam feitos, exactamente, os cortes adiantou que o Reino Unido sentiria um grande impacto, tanto mais que no sector aeroespacial, dois terços dos empregados estão no Reino Unido.
Afirmou também que é possível que algumas unidades fossem encerradas, uma vez que depois dos cortes efectuados algumas poderão não ser viáveis, mas que, neste momento, «tudo ainda está a ser equacionado».
Uma das explicações que este adiantou para a necessidade e inevitabilidade dos cortes é que não se espera que o sector da aviação recupere rapidamente, o que na sua opinião vai demorar vários anos. Isto vai afectar a empresa não só nas vendas de motores, mas também pelo facto de com menos aviões no ar, a empresa perde muito dinheiro por os proprietários dos aviões não terem necessidade de fazer manutenção aos motores.
A Rolls-Royce fabrica motores para aviões como Airbus A330, A340, A350 and A380, e para os Boeing 777 and 787 Dreamliner. Na realidade, isto já era expectável depois dos cortes que recentemente foram anunciados pela General Electric e que a Logística Moderna atempadamente noticiou.
Turbulência vai manter-se durante algum tempo
Associações de defesa do consumidor britânicas afirmam que na sequência da crise do Covid-19, a confiança dos consumidores nas companhias aéreas e no sector do turismo caiu.
Uma das razões apontadas é o facto de muitas destas empresas estarem a recusar-se ou a adiar a devolução dos valores pagos mesmo quando tal infringe a lei.
Um inquérito realizado a 2.000 consumidores, realizado entre 13 e 15 de Maio, mostrou que apenas 22% dos inquiridos confiam nestes sectores, enquanto 34% declararam não confiar. Estes dados são significativos, considerando que em Fevereiro último 32% dos consumidores confiavam e só 23% não confiavam.