A Hays revela no Guia do Mercado Laboral 2020 que algumas empresas dos sectores da Indústria e Logística com estruturas menos complexas e pouco profissionalizadas estão a apostar em reforços, devido sobretudo ao impacto da Indústria 4.0 e à necessidade de serem mais competitivas.
Camila Souto, Team Leader da Hays Portugal, diz que apesar «da maioria das empresas estarem a apostar na Indústria 4.0, há uma grande dificuldade em recrutar perfis com as competências necessárias. Existe um claro gap no mercado de profissionais com skills de robótica e automação.»
Grande parte das indústrias estão a começar a apostar em inovação tecnológica, digitalização e automatização os seus processos, o que leva a uma necessidade de recrutar perfis capazes e com conhecimentos na área. Esta tendência impacta não só a nível de recrutamento, mas também na necessidade das empresas apostarem na formação dos seus colaboradores para se adaptarem a este novo paradigma.
Por outro lado, determinados sectores continuam a aumentar os níveis de produção, o que leva ao reforço de equipas de produção. É o exemplo da indústria farmacêutica, metalomecânica e equipamentos industriais que continuam a apostar em novas unidades e expansões.
Ao analisar os dados do inquérito dos profissionais deste sector verificou-se que 63% não negociaram o pacote salarial, 35% foram aumentados, 44% recusaram ofertas de emprego e 9% foram promovidos, em 2019.
Perspectivas para 2020
A análise da Hays refere que a manter-se «o bom momento económico actual», 2020 deverá ser um ano de continuidade nas contratações para o sector da Indústria e Logística. Destaque para os cargos de Engenheiro de Automação e Robótica, Responsável de Manutenção e Supervisor de Produção.
Sobre os valores salariais, Camila Souto, refere que 2020 será um «ano de estabilização». No entanto, «prevemos que as indústrias que estão ainda com pacotes salariais abaixo do mercado sintam a necessidade de subir por pressão do mercado, se quiserem atrair e reter os melhores talentos.»
Perfis mais solicitados e os mais difíceis de identificar
Em 2019, houve uma necessidade de investimento e retenção no recrutamento para o sector de Indústria e Logística para perfis de Gestor de Produção, Gestor de Manutenção, Director de Fábrica, Facilities Manager, Especialista em Automação e Robótica, Supply Chain Manager, Engenheiro de Processos/ Industrialização e Engenheiro de Projetos. Verificou-se «a dificuldade em identificar o perfil de Supervisores de Produção, Engenheiro de Automação e Robótica e Responsável de Manutenção».
Após uma análise aos inquiridos, sendo que 63% eram do sexo masculino e os restantes 37% do sexo feminino, estes apontam como as principais mais-valias a oferta salarial (84%), o bom ambiente de trabalho (74%), o plano de carreira (60%), cultura empresarial (57%) e a qualidade dos projetos (51%).
Quanto aos benefícios mais desejados para aceitarem uma oferta de trabalho, os inquiridos apontam como os cinco principais fatores: o seguro de saúde (82%), formação/certificações (67%), flexibilidade de horários (58%), automóvel para uso pessoal (50%) e a possibilidade de trabalhar a partir de casa (36%).