A configuração de conceitos, métodos e técnicas aplicadas a processos de produção, acarreta uma série de pressupostos e obrigações no que diz respeito a atividades de planeamento e assertividade de forecast. Planear e dimensionar equipas de outsourcing deverá obedecer a desvios perfeitamente identificados, existindo a necessidade de lutar pela conquista de desvios inferiores a dois dígitos.
De que forma podemos criar equipas de outsourcing eficientes a cada ambiente?
No Universo onde operamos e trabalhamos com mais de 250 projetos e 5000 colaboradores a responsabilidade e domínio de alguns pilares é fundamental para o desenvolvimento de fluxos e equipas acima da média.
Podemos salientar a criação de equipas altamente competitivas e dinâmicas segundo os seguintes pilares, criação de desafio constante a equipas e líderes, melhoria contínua, genchi genbutsu (ver e avaliar o local e os factos apresentados) e gestão de recursos humanos.
Criação de desafios constantes a equipas e líderes:
- O incentivo ao pensamento e criação leva os colaboradores a abandonar a zona de conforto, a arriscar e, por vezes, a errar. A ambição de construir um ambiente produtivo baseado em equipas de alta performance deverá ter a transparência como génese de todo o processo, nomeadamente:
- Fluxo de valor claro e de simples compreensão;
- Planeamento e confiança em indicadores (Indicadores desafiantes, mas alcançáveis);
- Dimensionamento assertivo a cada momento, baseado na construção e indução de equipas polivalentes;
Comunicação constante entre os diversos players (Padronização de rotinas).
- Melhoria contínua (Kaizen): A ideia de que nada está perfeito e que a melhoria é parte do quotidiano é fundamental. A obsessão pela excelência e qualidade deverá ser um fator decisor na contratação de qualquer colaborador a ingressar em projeto. Muitos dos nossos líderes sentem-se ameaçados quando questionados, levando a momentos de estagnação em projeto. A abertura para a melhoria e a luta constante pela extinção ou conversão de elementos resistentes é um desafio diário às equipas, todos os elementos deverão avaliados pelo contributo ao fluxo.
- Genchi Gembutsu: A expressão retrata um dos grandes pilares da Sistema Toyota de Produção, o que significa que devemos considerar o real conhecimento da operação e o seu output. Passar de uma visão landscape para uma visão detalhada do processo e equipas é a distinção para a boa gestão outsourcing. Eliminando o velho conceito de cedência de mão-de-obra em busca do contributo para a melhoria de qualquer processo onde envolvidos.
- Gestão de Recursos Humanos: A captação de colaboradores envolvidos e com polivalência é um trabalho árduo na conquista do projeto. Para este item deveremos partir de princípios básicos de valorização profissional.
- Garantia e prevalência de posto de emprego;
- Existência de plano sólido de evolução baseada em liderança ou contributo produtivo;
- Envolvimento do colaborador no ADN da empresa;
- Remuneração atrativa segundo pilares de qualidade, produtividade e melhoria contínua.
Enquanto gestores de projeto, temos o dever de fomentar a criação de um ambiente de confiança entre as peças do puzzle, incentivando a comunicação mútua entre parceiros e equipas, desafiando cada elemento com promoção e desenvolvimento constante das melhores práticas do mercado.
Todos os nossos projetos devem assentar na base da melhoria contínua e respeito humano. A indução de capacitação aos mais diversos níveis, aliado a uma política salarial atrativa, poder-nos-á levar índices de entrega fenomenais.
A construção de projetos outsourcing deverá sempre pautar a consciência de que o saving advém de uma comunicação efetiva, processos claros, aliado a um pressuposto de construção de equipa a curto-médio prazo.
Tiago Baldaia, responsável de gabinete técnico Outsourcing na Adecco