Grupo ETE potencia transporte fluvial de mercadorias no Tejo
21 de Junho de 2016
A Navaltagus, empresa do grupo ETE, construiu um rebocador-empurrador, o qual foi apresentado hoje aos jornalistas. A embarcação representa um investimento de cerca de 2 milhões de euros e permitirá operações em zonas de difícil acesso.
O grupo tem em curso um projecto de construção e exploração de um novo cais fluvial em Castanheira do Ribatejo. De acordo com a informação divulgada, as características deste rebocador-empurrador contribuem para “aumentar o valor económico do rio Tejo, ao tornarem esta via navegável de Lisboa até Valada do Tejo”. Além disso, “abre-se assim caminho para o emergir de mais portos fluviais no rio, o que contribuirá para o desenvolvimento do porto de Lisboa, ao mesmo tempo que permitirá viabilizar a instalação de actividades económicas suportadas no transporte fluvial de mercadorias em zonas anteriormente de difícil acesso”.
Como esclarece a empresa, “as vantagens da aposta no desenvolvimento do transporte fluvial no rio Tejo – onde já existiram 14 portos fluviais, contra os actuais quatro – situam-se a diversos níveis”, nomeadamente, potenciar o surgimento de microcosmos-económicos nas localidades ribeirinhas; promoção do desenvolvimento do tecido empresarial e criação de emprego. Além disso, ajuda no impulso do crescimento da actividade de construção e reparação naval; na redução da pegada ambiental do transporte de mercadorias, sendo que “as emissões de CO2 e de NOx por tonelada movimentada por via fluvial poderão representar 10% e 9% das emitidas por via rodoviária, respectivamente, sendo ainda o consumo de combustível quase oito vezes inferior”, bem como na “melhoria da circulação rodoviária, já que cada barcaça transporta uma quantidade equivalente a 70 camiões”.
O grupo ETE defende “há muito, o desenvolvimento estratégico do transporte fluvial no rio Tejo”, sendo que “já tem em curso um projecto para a construção e exploração de um novo cais fluvial em Castanheira do Ribatejo, cujo estudo de impacto ambiental se encontra, desde Março, em fase de apreciação pela APA”. Para o efeito, constituiu a empresa Companhia do Porto da Castanheira, a qual “assegurará a movimentação de contentores e outras mercadorias junto à Plataforma Logística de Lisboa Norte”.
Como salienta, “este cais servirá o transporte fluvial, desenvolvendo a intermodalidade do porto de Lisboa, pois fará a ligação entre os diversos terminais deste porto e aquela zona logística, contribuindo, de forma significativa, para o descongestionamento rodoviário no perímetro urbano de Lisboa, estimando-se uma redução de 250 camiões por dia, podendo atingir uma redução de 750 camiões/dia”. De acordo com a informação divulgada, esta embarcação com baixo calado, comprimento reduzido e elevada potência, permite operações em zonas estreitas e sinuosas do rio e com fundos baixos, estando ainda preparado para ser equipado com propulsão utilizando gás natural (LNG – Gás Natural Liquefeito), respondendo assim ao desafio ambiental.
O ‘Baía do Seixal’, assim denominado, será lançado à água no dia 29 de Junho, representa um investimento de 2 milhões de euros e entrará ao serviço da Empresa de Tráfego e Estiva, empresa com uma posição destacada ao nível do transporte fluvial de mercadorias em Portugal, com mais de dois milhões de toneladas movimentadas por ano. Esta aposta marca também o regresso da construção no estuário do Tejo, algo que não acontecia desde 1990.