CP Carga passa a Medlog e quer liderar mercado a nível ibérico
16 de Maio de 2016
A Medlog é a nova marca de serviços de logística dirigida a vários sectores de actividade em Portugal. A marca, apresentada hoje no Museu da Electricidade, em Lisboa, vem substituir a antiga CP Carga – Logística e Transportes Ferroviários de Mercadorias SA, se sequência do processo de privatização concluído em Janeiro.
A Medlog é a nova marca de serviços de logística dirigida a vários sectores de actividade em Portugal. A marca, apresentada ontem no Museu da Electricidade, em Lisboa, vem substituir a antiga CP Carga – Logística e Transportes Ferroviários de Mercadorias SA, se sequência do processo de privatização concluído em Janeiro.
Para Carlos Vasconcelos, presidente do CA da Medlog Portugal, “a criação desta nova marca assinala a entrada da empresa num novo ciclo, com novos valores e atributos, que representam, por um lado, a história da CP Carga e, por outro, o futuro promissor que terá enquanto operador líder na Península Ibérica”. A estratégia de negócio passará pela extensão da actividade para além do transporte ferroviário, de modo a oferecer soluções de logística integradas.
Apostar no multiproduto
Aos jornalistas, Carlos Vasconcelos salientou que, no essencial, o foco da empresa continua a ser o de assegurar todos os serviços da CP Carga prestava. No entanto, sublinhou que quer desenvolver a actividade da empresa em Portugal e passar a fronteira para fora de Portugal.
Além disso, disse que em Portugal está a mudar a filosofia do transporte, sendo a aposta os comboios multiproduto. “Temos comboios multicliente e queremos caminhar para os comboios multiproduto, os quais a empresa não tinha condições para fazer”. Os comboios multicliente já são oferecidos pela Medlog no segmento de contentor, mas o objectivo passa pelo alargamento para o multiproduto a nível nacional.
Em termos de Península Ibérica, “queremos voltar a montar o comboio multiproduto com destino a Espanha e, mais tarde, para além de Espanha”, disse. O investimento em Espanha deverá apenas acontecer no próximo ano. Este ano, o objectivo passa por “manter os actuais serviços com os parceiros espanhóis, nomeadamente com a Renfe”. Independentemente desse investimento, a empresa pretende passar a fronteira ibérica no futuro.
Relativamente à concorrência de outros modos de transporte, nomeadamente a rodovia, Carlos Vasconcelos salientou que não quer combater a rodovia, mas sim “trazê-la para dentro da ferrovia”, ou seja, “levar o camião no comboio nas grandes distâncias para que o comboio faça, depois, as pontas finais”. A aposta passará por ter vagões plataforma para transportar camiões no interior dos comboios, estando neste momento a desenvolver um estudo para avaliar este investimento.
Novos investimentos
Quanto a investimentos, a Medlog anunciou também o investimento de 12 a 13 milhões de euros em quatro novas locomotivas. Futuramente, o investimento em terminais ferroviários próprios poderá ser uma aposta. “A Medlog aspira a ter terminais ferroviários eficientes a nível nacional e não só”, disse, acrescentando que “se o mercado oferecer terminais eficientes não necessitaremos de ter terminais próprios”. Porém, “se não oferecer, obviamente, teremos que recorrer a terminais próprios”.
Carlos Vasconcelos referiu ainda que a greve no porto de Lisboa fez disparar a procura de meios ferroviários. “Estamos a fazer comboios adicionais para responder ao aumento significativo da procura”, apontou. Para o responsável, “a paralisação está a causar-nos uma pressão anormal no serviço”.
Quanto aos trabalhadores da empresa, Carlos Vasconcelos garantiu que não pretende despedir um único trabalhador da empresa. “A proposta de acordo prevê manter todos os postos de trabalho”. Adiantou ainda que “o actual contingente da empresa permite-nos desempenhar toda a actividade, mas não tem margem para crescer”. Neste sentido, prevê contratar mais pessoas. O responsável explicou que a proposta de acordo celebrada contempla uma organização mais eficiente do trabalho das pessoas. Esta organização “tem a ver com as funções na empresa”, ou seja, “existem várias categorias profissionais, cada uma com um determinado conjunto de funções definidas”. Neste contexto, “propusemos alterar essas categorias profissionais e as funções de cada uma dessas categorias, de forma a tornar o trabalho mais flexível e corresponder às necessidades do mercado”.
A Medlog assume-se como um operador logístico de mercadorias a actuar em Portugal desde Maio deste ano. A empresa nasce na sequência de um processo de aquisição da CP Carga – Logística e Transportes Ferroviários de Mercadorias. Conta com uma frota de 64 locomotivas, 2917 vagões e uma estrutura de 542 colaboradores. No último ano facturou 71 milhões de euros e transportou 9.857 toneladas de mercadorias. Entre os seus principais clientes encontram-se a Tejo Energia, Grupo Navigator, Cimpor, Grupo Altri, Secil, linhas de navegação, entre outras.