O sector logístico deverá continuar a demonstrar uma dinâmica elevada e espera-se que possa exceder os 300 mil metros quadrados em termos de ocupação, situando-se muito acima da média anual de 2016-2020, que totalizou 220 mil metros quadrados. A conclusão é do “2022 Portugal Market Outlook”, da CBRE.
Segundo a consultora, «a maior parte da área ocupada resultará de contratos de pré-arrendamento nos novos projectos de promoção especulativa ou de projectos de construção à medida, uma vez que a disponibilidade no mercado é actualmente muito reduzida.»
Nos próximos anos, espera-se um «aumento significativo no desenvolvimento de projectos especulativos». A análise refere que existem novos promotores e investidores a entrar no mercado e na sua maioria com mais do que um projecto, sendo que o pipeline «nunca foi tão elevado». Existem mais de dez projectos em licenciamento, totalizando uma área superior a 380 mil metros quadrados. Tratam-se de projectos que cujo início da construção é incerto uma vez que depende do período de licenciamento, o qual é geralmente longo (em alguns casos pode demorar mais de dois anos). «Deste modo, só em 2023 ou mesmo 2024 poderá haverá alguma oferta com dimensão», diz a CBRE.
A qualidade dos novos projectos que chegarão ao mercado, o aumento dos custos de construção e a actual escassez de oferta vão impelir a continuação da subida das rendas. Antecipa-se, por isso, um aumento das rendas prime na ordem dos 5%, mas este pode ser superior em função do ritmo de lançamento de novos empreendimentos especulativos.
No retalho, existem actualmente quatro Retail Parks em construção totalizando 45 mil m2 e outros seis, com aproximadamente 80 mil m2, que estão em fase de análise, prevendo-se que a construção se inicie este ano. Paralelamente, observa-se uma «forte dinâmica» na expansão das principais cadeias de retalho alimentar, tanto em formato de Retail Parks como em Stand Alone e loja de rua.