Depois da aquisição da ARM, em Junho, a TIBA Portugal inaugurou, em meados do ano, uma nova plataforma logística, em Lisboa. Em entrevista à Logística Moderna, Sebastien Deleu, regional CEO Portugal & PALOP, sublinha que “foi feito um investimento na reorganização e adaptação a uma nova realidade, fruto dos novos serviços prestados, equipa e instalações, bem como da aquisição de uma empresa de transporte e distribuição e a sua integração, no sentido de termos o controlo total da operação”.
Focada desde a sua génese no transporte marírimo, a TIBA é hoje muito mais que um transitário. No último ano, o plano estratégico da empresa definiu a necessidade de evolução do seu posicionamento, passando de transitário a operador logístico. O objectivo segundo o responsável passou por “não depender do transporte primário e, assim, expandir competências e oferecer um maior leque de serviços ao mercado”. Depois da mudança em Espanha, seguiu-se Portugal, como o segundo país a integrar a logística no portfólio da TIBA.
Quanto à aquisição da ARM, o responsável explica que o investimento prendeu-se com a necessidade de “integrar a distribuição ao serviço de armazenagem de logística”. No fundo, pretendia-se “não só, adquirir os veículos e carteira de clientes da ARM, como também o conhecimento para toda a gestão logística”. As duas marcas mantém-se presentes no mercado e funcionam separadamente.
Já em relação à sua nova plataforma logística, em Alverca do Ribatejo, com 2.500m2, “está equipada com racks, WMS e conta com autorização para exportação, licenciamento pelo infarmed para dispositivos hospitalares e implementação HACCP, estando capacitada para gerir uma grande gama de produto”. Sebastien Deleu sublinha, aliás, que a “força da TIBA está no facto de ter uma carteira muito diversificada de clientes, produtos e mercados, a qual aumentou a todos os níveis com a aquisição da ARM”.
Com resultados positivos desde 2002 e taxas de crescimento, de 2016 para 2017, de 19% em termos de margem bruta e de 26% em termos produtivos, o responsável recorda que a crise iniciada em 2008 trouxe desafios acrescidos à empresa. “Tivemos de adaptar-nos e transformar-nos”, conta. Até então, a TIBA apresentava-se como um transitário, essencialmente, de carga marítima de importação, principalmente para Ásia. Porém, “reinventamos o nosso negócio, sendo que a nossa força e capacidade para redesenharmos rapidamente a organização e o negócio permitiram-nos superar esse período”. Sebastien Deleu explica que o facto de estar integrada num grupo familiar e ser uma organização horizontal, “rapidamente conseguiu tomar decisões correctivas”.
A empresa passou a ter um maior peso ao nível da carga aérea e no sector da exportação. “Hoje somos ainda um especialista de carga marítima, mas mais de exportação”. Em termos de exportação, assiste-se ao crescimento dos mercados da Ásia, América, do short sea e Magreb, nos quais o grupo está a apostar. “Prevemos que assim continue, até porque um dos objectivos do grupo passa por desenvolver o negócio entre TIBAs, nomeadamente na no continente americano, a China, Argélia, os PALOP e Marrocos (onde vamos investir)”.
Quando olha para trás, Sebastien Deleu não tem dúvidas em afirmar que “não é o mais forte que costuma sobreviver, mas sim o que melhor consegue adaptar-se”. E depois de 17 anos aos comandos da TIBA Portugal, tendo acompanhado a expansão da empresa para os PALOP, o responsável encara os próximos anos com muitos desafios. “Os ciclos económicos são, cada vez mais curtos e com alterações cada vez mais profundas e, por isso, existe uma necessidade de estarmos sempre a repensar o negócio”, diz. Futuramente, “há desafios e muitos projectos”, os quais passam “principalmente por estar preparados a nova era digital”. o crescimento passará pelo desenvolvimento tecnológico, e por possíveis aquisições, inclusivamente em Portugal, “desde que”, explica, “exista uma boa oportunidade, ambas as partes estejam interessadas e exista mais-valias para ambas”, conclui.
Pertencente ao grupo espanhol Romeu, a empresa chegou ao mercado português em 1992. Hoje, com 25 anos de actividade, tem uma equipa de 63 pessoas e instalações em Leixões, Coimbra, Lisboa e Sines, sendo o seu core business o transporte marítimo.
Leia o artigo na íntegra no próximo número da Logística Moderna.