Projectos do Ferrovia 2020 já arrancaram

Os primeiros seis projectos do plano de requalificação da rede ferroviária nacional já arrancaram. A Infraestruturas de Portugal está a executar empreitadas que têm um valor global de 58 milhões de euros e contempla projectos como a electrificação de linhas ferroviárias, construção de subestações e trabalhos de sinalização.
Segundo a informação divulgada pelo “Diário de Notícias”, em causa estão trabalhos já adjudicados e a operar, que passam pela requalificação de alguns troços pertencentes às linhas do Douro, Minho e Norte.
Em 2017, o investimento do plano Ferrovia 2020 prevê o lançamento de concursos num valor global de 184,5 milhões de euros que irão arrancar em cinco zonas diferentes do país. Segundo o mesmo jornal, até Março arranca o concurso para electrificação de Viana-Valença (23 milhões de euros) e a empreitada Elvas-Caia (18,5milhões de euros). Até ao final do ano será lançado o concurso para modernização do troço Covilhã-Guarda. Somam-se ainda os 32 milhões de euros para a electrificação da linha do Algarve e os 46 milhões para o troço Marco de Canaveses – Régua.
O Ferrovia 2020 estende-se por um prazo de cinco anos e tem um investimento global previsto de 2,7 mil milhões de euros, que conta com co-financiamento da União Europeia.
“Estes investimentos incluirão ainda o arranque da instalação do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário, o aumento do comprimento de cruzamento dos comboios para 750m e a preparação da migração para a bitola standard’, refere ainda o relatório do Orçamento do Estado para 2017.
Segundo a imprensa espanhola, o novo traço Elvas-Caia, que contempla uma distância de 80km, requer um investimento de cerca de 700 milhões de euros e enquadra-se no Plano Estratégico de Transportes e Infra-estruturas 2014-2020, e inclui a conclusão da ligação Sines-Setúbal-Lisboa-Évora- Elvas-Caia- Madrid.
A Infra-estruturas de Portugal adjudicou os quadro projectos de engenharia às empresas espanholas Sener, Typsa, Fulcrum e Intesca-Inosca, em consórcio com algumas empresas portuguesas. Nenhum dos contratos ultrapassa os cinco milhões de euros. Os concursos foram lançados no início de 2015, no entanto a sua resolução esteve paralisada devido a problemas de financiamento. Os trabalhos deverão ser finalizados nos finais de 2017.
O objectivo desta obra passa por aumentar a capacidade do transporte de mercadorias e diminuir os tempos de transito, tornando-se numa alternativa competitiva face à rodovia, bem como incrementar a quota de mercadorias transportadas actualmente por ferrovia com destino à Europa.
A infra-estrutura ferroviária é interoperável e estará desenhada para um tráfego misto. Será constituída numa primeira fase para locomotivas de mercadorias com bitola ibérica, para uma velocidade de 120km/h. Posteriormente, será desenvolvida uma segunda via em bitola internacional, no qual poderão circular a 250km/h.
Recorde-se que Portugal apresentou 30 novas candidaturas a fundos comunitários, no âmbito do programa Connecting Europe Facility, representando um investimento global de 1,2 mil milhões de euros.
As candidaturas abrangem todos os modos de transporte, com particular destaque para os projectos ferroviários, em linha com a prioridade definida pelo Governo no plano Ferrovia 2020.
Entre os projectos ferroviários candidatados destaque para o corredor internacional Sul, a segunda fase das obras da linha Évora-Caia e a modernização da linha de Sines. No corredor internacional Norte, destaque para a nova linha Aveiro-Mangualde e a ligação ao porto de Leixões.
Para o investimento global de 1,2 mil milhões de euros, são solicitados apoios comunitários num montante de 826 milhões de euros (taxa média de comparticipação de 69%). Está em causa maioritariamente investimento público (1140 M€), mas também investimento privado (56 M€).

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