No ano de 2016, o volume de carga movimentada ultrapassou os 93,9 milhões de toneladas, o mercado de contentores apresentou o valor mais elevado de sempre e Sines viu a sua quota de mercado aumentar para 54,5%, destacando-se novamente como líder no sistema portuário.
O volume de carga movimentada pelos principais portos comerciais que integram o mercado portuário do Continente ultrapassou os 93,9 milhões de toneladas de carga, um aumento de 5,1% do volume face a 2015. Este desempenho deve-se, sobretudo, ao comportamento observado no porto de Sines, cujo movimento ascendeu a 51,2 milhões de toneladas, 7,2 milhões de toneladas (16,4%) superior ao verificado no ano anterior.
Em termos de variações positivas, Sines é acompanhado pelo porto da Figueira da Foz que, embora de pequena dimensão, registou um acréscimo de +3,7% (+74 mil toneladas), ao que se contrapõem as quebras verificadas nos restantes portos, que ascendem a um total de cerca de -2,7 milhões de toneladas, fixando um acréscimo final global líquido de +4,6 milhões de toneladas.
Dos portos com variações negativas, face a 2015, destaca-se o porto de Lisboa, que fechou o ano de 2016 com quase -1,4 milhões de toneladas (-11,9%), Setúbal com -509,6 mil toneladas (-6,8%), Leixões com -475,8 mil toneladas (-2,5%), Faro com -237,9 mil toneladas (-60%), Aveiro com -14,6 mil toneladas (-2,5%) e Viana do Castelo com -41,3 mil toneladas (-9,6%). Assinala-se o facto de o porto de Faro ter registado em dezembro um embarque de 6 mil toneladas, num quadro de suspensão da atividade portuária desde junho por efeito da suspensão da atividade da unidade de produção da Cimpor, em Loulé.
Sines assume a posição de líder no sistema portuário em 2016, com uma quota de 54,5% do mercado, superior em 5,3 pontos percentuais à que detinha em 2015, seguido pelo porto de Leixões com 19,5% (-1,5 pp), Lisboa com 10,9% (-2,1 pp), Setúbal com 7,4% (-0,9 pp), e Aveiro com 4,8% (-0,4 pp). Importa recordar que o desempenho do porto de Sines em 2016 beneficiou da circunstância de o Terminal Oceânico de Leixões ter estado inoperacional desde março a outubro, para manutenção da monoboia em estaleiro, o que levou a que cerca de 1,7 milhões de toneladas de Petróleo Bruto transportadas em navios de grande dimensão com destino a Leixões tivessem passado por Sines.
O ano de 2016 marca também o mercado de contentores, que apresenta também o valor mais elevado de sempre neste segmento, registando um volume de cerca de 2,74 milhões de TEU, em operações Lo-Lo e Ro-Ro, superior em +6,4% ao registado em 2015. Este crescimento é verificado sobretudo nos portos de Sines, Setúbal, Figueira da Foz e Leixões que apresentam um aumento de 13,6%, 29,2%, 15,6% e 5,6%, respetivamente. O porto de Lisboa registou uma quebra de -18,7% face a 2015.
Neste segmento de mercado, o porto de Sines reforça a posição de líder aumentando +0,4 pontos percentuais a sua quota de mercado, passando assim para 55,1% do total de TEU movimentados.
Relativamente às escalas de navios de diversas tipologias, os portos em análise registaram em 2016 um total de 10 812 escalas, -0,5% face a 2015, o que corresponde a uma arqueação de 200 milhões de GT, um aumento de +4,7% comparativamente ao ano transato. A diminuição do número de escalas resultou principalmente do porto de Lisboa, que registou -309 escalas, -11,9% face a 2015.
A quota mais elevada do número de escalas cabe aos portos de Douro e Leixões, que representam 25,1% do total, seguidos de Sines com 22,4%, de Lisboa com 21,3% e Setúbal com 14,2%.
Os diversos mercados das cargas movimentadas observaram comportamentos diversos, salientando-se as variações positivas nas classes de Carga Geral e de Granéis Líquidos, de +7,6% e +7,3%, respetivamente, e uma variação negativa de -3,6% na classe dos Granéis Sólidos.
O mercado da Carga Contentorizada atingiu um volume de cerca de 32,9 milhões de toneladas, +14%, bem como o mercado do Petróleo Bruto que movimentou cerca de 17 milhões de toneladas e ultrapassou o valor de 2015 em +22,2%.
A carga embarcada nos portos em análise, incluindo a que tem origem no hinterland e no tráfego de transhipment, atingiu também o valor mais elevado de sempre, com um volume total de cerca de 39,7 milhões de toneladas, mais 4,2% comparativamente ao ano transato.
Também as classes de Carga Geral e Graneis Líquidos registaram variações positivas no decorrer de 2016, com +2,8% e +12%, respetivamente, e uma variação negativa de ‑7,7% nos Granéis Sólidos.
Nas tipologias de carga, destaca-se a Carga Contentorizada, com um acréscimo de +11,5%, e o Petróleo Bruto, que registou um volume de 1,7 milhões de toneladas quando o volume de embarques em 2015 havia sido nulo, constituindo ambas as melhores marcas de sempre. Todas as restantes tipologias de cargas observaram quebras no volume de mercadorias embarcadas.
Quanto ao volume de carga desembarcada, na qual as “importações” representam tradicionalmente mais de 90%, verificou-se um aumento de +5,8% face a 2015, atingindo cerca de 54,2 milhões de toneladas, resultante da conjugação das variações positivas observadas nas classes de Carga Geral e de Granéis Líquidos.
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, de 82%, 63,8%, 59,3 e 100%, respetivamente, embora com dimensões de volume muito distintas.