Através de investimentos realizados em Portugal a Nestlé tem vindo a atrair mais projectos para as suas fábricas, produzindo para o mercado interno, mas também exportando os produtos em que é especialista, os cereais e os cafés. «Globalmente aumentámos as produções nas nossas duas fábricas portuguesas em mais de 12% nos últimos três anos. Em 2020 contribuímos para o nosso tecido económico nacional com uma exportação total de 95,8 milhões de euros», diz a empresa.
Com uma estratégia assente na sustentabilidade ambiental das operações, o abastecimento sustentável das matérias-primas tem sido uma prioridade, uma vez que as práticas agrícolas para obtenção das mesmas representam mais de 60% das emissões ao longo da sua cadeia de valor. Neste âmbito, a empresa tem desenvolvido várias actividades que passam pela promoção e o apoio a práticas de agricultura regenerativa, o combate à desflorestação e a plantação de árvores.
Aposta na sustentabilidade ao longo da cadeia de valor
As principais matérias-primas nas quais a Nestlé tem trabalhado intensivamente são o café, o cacau e o leite. Localmente, em Portugal, são os cereais. Conforme explicado em comunicado: «O cacau e o café são duas das matérias-primas principais que a Nestlé utiliza em muitos dos seus produtos e que não quer ver associadas a práticas de deflorestação, geradoras de mais emissões de carbono. Por essa razão a Nestlé está a trabalhar para o compromisso de ter em 2025 100% do cacau e do café provenientes de origens sustentáveis. Este caminho está a ser feito em cooperação com os agricultores, não só para evitar a desflorestação, mas para implementar um ambicioso plano de reflorestação nas respectivas zonas de plantação destas duas culturas». Para este compromisso de reflorestação a Nestlé comprometeu-se a plantar todos os anos, e até 2030, pelo menos 20 milhões de árvores nas regiões onde obtém as suas matérias-primas.
Relativamente ao leite e às alternativas lácteas à base de plantas, a Nestlé tem vindo a desenvolver projectos na Suíça (Climate-friendly Milk) e no Reino Unido (First Milk), onde já alcançaram «fortes resultados na redução das emissões de carbono em mais de 220 quintas leiteiras». Estas reduções foram alcançadas através de um conjunto de melhorias aplicadas à gestão agropecuária, onde se inclui o desenvolvimento de políticas de bem-estar animal. Estas iniciativas estão a ser estendidas a outros países como França, Alemanha, Marrocos e Espanha. O principal objectivo da Nestlé é trabalhar com quintas agropecuárias com zero emissões líquidas de CO2.
Em Portugal, a empresa tem trabalhado com os agricultores no desenvolvimento de práticas de gestão de solos mais sustentáveis, diminuindo assim o seu impacto ambiental. Para reduzir as emissões da agricultura, a Nestlé Portugal, em conjunto com os seus fornecedores, está a melhorar a forma como as matérias-primas são produzidas. O objectivo é substituir as práticas agrícolas intensivas por uma agricultura regenerativa, promotora também de solos mais saudáveis.
A Nestlé trabalha com agricultores do Alentejo para produzir cereais com características específicas para a produção, entre outras, da gama CERELAC. «Esta ligação com os agricultores permite-nos garantir a qualidade do produto final e promove práticas agrícolas mais ecológicas, desde a sementeira à colheita. A este nível, o principal objectivo do Grupo é obter 50% das suas principais matérias-primas através de práticas agrícolas mais sustentáveis até 2030».
Compras a empresas locais
A contribuir também para a redução da pegada de carbono a Nestlé Portugal está a fazer investimentos em compras a empresas locais, de matérias-primas, de materiais de embalagem e de serviços. Em 2020, comprou em Portugal 60% das suas necessidades com um investimento total de 124 milhões de euros. «Com esta política de compra local, conseguimos, no espaço de uma década, reduzir em 53% as nossas emissões de CO2 no transporte por tonelada de produto».
Tornar as embalagens mais sustentáveis, aumentando a utilização de materiais reciclados, desenvolvendo embalagens prontas a ser recicladas ou reutilizadas e diminuindo, em 1/3 e até 2025, a utilização de plástico virgem, bem como a reciclagem das cápsulas de café Nespresso e Dolce Gusto são algumas das apostas da multinacional. Também nas fábricas de Avanca e do Porto estão a levar a cabo diversos projectos com vista à melhoria da reciclabilidade das embalagens dos seus produtos.
Logística mais amiga do ambiente
Também ao nível da distribuição, a Nestlé tem trabalhado na melhoria da eficiência ambiental das suas operações no que diz respeito aos transportes internacionais e nacionais.
No âmbito aos transportes internacionais, Portugal tem vindo a liderar a utilização de transportes multimodais, privilegiando os meios de transporte menos impactantes a nível ambiental e dando preferência pelos transportes ferroviário, marítimo de curta distância e pela utilização camiões movidos a gás. A Nestlé diz ter identificado a oportunidade de importar 20% de seus produtos provenientes de Espanha e Itália, por meio de ferrovia e de transporte marítimo de curta distância. Apesar da infraestrutura disponível em Portugal para a utilização de camiões com combustível alternativo ser «ainda limitada, foram entregues 204 cargas em camiões GPL em 2020 e já está planeado aumentar em 30% a utilização destes veículos em 2021.
Em relação às entregas nacionais para o retalho moderno, a aposta recai na redução de viagens com camiões vazios, no aumento da expedição directa de produtos das fábricas aos maiores clientes e no aumento das percentagens de recolha de produtos directamente pelo cliente no principal centro de distribuição, localizado em Avanca. Em 2020 estas entregas totalizaram já 10% da distribuição nacional. «Com estas iniciativas conseguimos reduzir as nossas emissões em 20% nos últimos três.» Um esforço reconhecido pela GS1 com a atribuição da primeira estrela Lean & Green à Nestlé Portugal.
Em 2020 deu também início a um processo de transformação da sua frota para veículos 100% eléctricos e híbridos, atingindo um total de 465 veículos eléctricos e híbridos até 2024, ano em completará este processo. Para isso, estão a ser instalados um total de 72 carregadores eléctricos, distribuídos pela Fábrica do Porto (12), pela Fábrica de Avanca (6), pela sede em Linda-a-Velha (52) e pela delegação comercial no Funchal (2).
