“2017 foi mais um ano excelente para o mercado imobiliário comercial em Portugal”, refere Eric can Leuven, director-geral da consultora Cushman & Wakefield (CW). Em comunicado, o responsável aponta que, de forma transversal, todos os sectores registaram um elevado dinamismo tanto ao nível da actividade ocupacional como de investimento.
A actividade de investimento, em linha com o que se tem sentido a nível global e com particular ênfase na Europa, manteve-se “extremamente dinâmica ao longo de 2017”. Foram transacionados aproximadamente 1.800 milhões de euros em activos imobiliários comerciais, valor que traduz uma subida de 41% face ao ano anterior.
Os investidores estrangeiros mantiveram-se muito activos, tendo sido responsáveis por 75% do volume total, mas os players nacionais assumem uma importância crescente, aumentando a sua quota de participação em mais de 10% face a 2016 e representando este ano 25% do capital investido (440 milhões de euros).
O sector que maior capital atraiu foi o de retalho, que captou 43% do investimento num total de 730 milhões de euros. O sector industrial acumulou em 2017 o valor de investimento mais alto de sempre, superior a 300 milhões de euros, em grande parte resultado da mudança de mãos da empresa Logicor – detentora de um dos maiores portfólios de imobiliário logístico na Europa e com bastantes activos em Portugal – que foi adquirida pela China Investment Corporation.
À semelhança de 2016, as transações de portfólios de grande dimensão continuaram a ter um peso muito significativo no total de investimento tendo representado 69% do volume transacionado. O portfólio da Logicor foi a operação com maior volume, destacando-se também a venda de um portfólio imobiliário da Tranquilidade.
Outro reflexo da atractividade de que goza o mercado imobiliário nacional à escala global é a tendência crescente das operações de venda de carteiras de NPL’s (non-performing loans) com activos imobiliários subjacentes que têm vindo a ser promovidas pelos principais bancos nacionais.
Na área industrial a maior operação, registada pela CW, de investimento imobiliário foi a compra do portfólio da Logicor e a venda de plataforma logística Ecoparque II na Azambuja.
O mercado industrial que, segundo a CW, “esteve muito dinâmico em 2017”, registou cerca de 295.000m2 ocupados maioritariamente na Grande Lisboa e Grande Porto e refletindo um crescimento exponencial de 212% face a 2016. De entre os principais negócios destacam-se a inauguração da plataforma logística da Jerónimo Martins em Alfena (Valongo) com 70.000m2, a ocupação do Grupo Sonae de 14.000 m 2 no Cartaxo e várias ocupações do Grupo Luis Simões, num total de cerca de 65.000 m 2 em Palmela e na Azambuja.
A equipa da CW esteve envolvida na venda do EIPA II na Azambuja, uma das plataformas logísticas ocupadas pela Sonae – um edifício de referência no mercado logístico em Portugal.
O sector industrial manteve os valores de renda do ano anterior, na ordem dos 3,5€/m 2 /mês para os melhores activos da Grande Lisboa e Grande Porto.