A PwC acaba de publicar um novo estudo –“ A Blockchain está aqui. Qual é o seu próximo passo? “- onde inquiriu 600 gestores em 15 países e territórios, sobre o desenvolvimento da blockchain e pontos de vista sobre o seu potencial.
Como a blockchain pode reinventar os negócios e comércio, o estudo mostra de forma clara o receio que as organizações têm de ser deixadas para trás à medida que a blockchain acelera o aparecimento de oportunidades, incluindo redução de custos, maior velocidade, mais transparência e rastreabilidade.
Um quarto dos gestores tem um projecto de implementação de um piloto de blockchain em andamento (10%) ou já a correr (15%). Quase um terço (32%) tem projectos em desenvolvimento e um quinto (20%) está em modo de investigação.
Os EUA (29%), China (18%), Austrália (7%) são considerados os mais avançados atualmente no desenvolvimento de projectos de blockchain. No entanto, dentro de três a cinco anos, os entrevistados acreditam que a China terá ultrapassado os EUA (30%), reclamando para si o centro de influência e actividade aos EUA e à Europa.
O estudo reflecte o domínio neste momento de soluções e blockchain aplicadas ao sector dos serviços financeiros, com 46% dos inquiridos identificando-o como o sector líder actualmente e 41% num horizonte curto (3-5 anos). Os sectores identificados pelos entrevistados com potencial emergente nos próximos 3-5 anos incluem a energia e serviços públicos (14%), saúde (14%) e a indústria (12%).
“O que os gestores nos dizem é que ninguém quer ser deixado para trás pela Blockchain, mesmo se neste estágio inicial de desenvolvimento as dúvidas persistam sobre o ambiente regulatório”, afirma Steve Davies, líder da Blockchain, PwC.
“Um projecto de blockchain bem desenhado não apenas elimina os intermediários, reduz os custos, aumenta a velocidade, o alcance, a transparência e a rastreabilidade de muitos processos de negócio. Numa perspectiva de negócio a ideia pode ser atraente, principalmente se as organizações perceberem qual o objectivo com que estão a usar a tecnologia e a conseguirem integrar no seu design. ”
Os maiores benefícios da Blockchain serão desenvolvidos e fornecidos via plataformas partilhados pelo seu sector. Mas o estudo mostra que tal não será possível sem que as empresas específicas de um sector – incluindo concorrentes – cheguem a acordo para estabelecer padrões comuns e operem em conjunto.
Apesar do potencial da tecnologia, os entrevistados identificaram a confiança como um dos maiores obstáculos à adoção da blockchain. 45% identificaram este factor como inibidor da adoção da blockchain, enquanto 48% invocaram a incerteza regulatória. A preocupação com a confiança entre os utilizadores é maior em Singapura (37%); Emirados Árabes Unidos (34%) e Hong Kong (35%), refletindo em parte o domínio que os serviços financeiros têm no desenvolvimento da blockchain. A preocupação com a incerteza regulatória é maior na Alemanha (38%); Austrália (37%) e Reino Unido (32%).
“A Blockchain pela sua própria definição deve gerar confiança. Mas, na realidade, as empresas enfrentam questões de confiança em quase todas as fases. Não ter um plano de negócio claro desde o início leva à paralisação dos projectos ”, continua Steve Davies, da PwC. “As empresas precisam de se esforçarem mais para incorporar no seu design a forma como podem lidar com as questões de confiança e as preocupações regulatórias”.
“Criar e implementar um projecto de blockchain não é um projeto de TI. É uma transformação do modelo de negócio, de funções e processos. É necessário um business case claro, um ecossistema para o apoiar; com regras, padrões e flexibilidade que permitam lidar com as mudanças regulatórias que possam surgir. ”
Um em cada três entrevistados que declararam ter pouco ou nenhum envolvimento com a blockchain justificou a falta de progresso com os custos (31%), incerteza sobre por onde começar (24%) e questões de governança (14%).
O estudo identifica quatro áreas-chave para o foco no desenvolvimento de plataformas blockchain internas ou da indústria:
Crie um business case: as organizações podem começar pequenas, mas precisam definir claramente o propósito da iniciativa para que outros participantes possam identificar-se e alinhar com esta.
Construa um ecossistema: os participantes devem ser representativos de empresas diferentes mas de um mesmo sector para estabelecerem em conjunto regras comuns para controlar a blockchain. Dos 15% dos entrevistados que já têm aplicativos a correr, 88% eram líderes ou membros activos de um consórcio de blockchain.
Projete deliberadamente o que os utilizadores podem ver e fazer: os parceiros precisam de regras e padrões para as permissões de acesso. Envolver profissionais de risco, incluindo conformidade legal, cibersegurança – desde o início, garantirá estruturas de blockchain em que os reguladores e os utilizadores podem confiar.
Navegue a incerteza regulatória: o estudo avisa que os desenvolvedores da blockchain devem observar, mas não esperar, para ver como os requisitos regulatórios vão evoluir nos próximos anos. É vital envolver os reguladores na fase inicial para ajudar a moldar a forma como o ambiente vai evoluir.