A Logística prepara-se para uma nova transformação digital

Em 2023, a adoção de tecnologias, como a computer vision e o deep learning, vai impulsionar a cadeia de abastecimento. Frotas sem condutor, gestão autónoma de armazéns e simulação são apenas algumas das otimizações que vão conduzir a uma nova era na logística inteligente e na cadeia de abastecimento global.
Um tema que tem vindo a ser discutido, ao longo dos últimos anos, é a fragilidade da cadeia de abastecimento global. Lembramo-nos das entregas de produtos de primeira qualidade, produtos indisponíveis, prateleiras vazias. Embora a Amazon tenha aperfeiçoado as suas cadeias de abastecimento com soluções inovadoras, como a correspondência de cargas digitais e estações de entrega, muitas empresas têm continuado a debater-se com desafios logísticos.
Mas esta realidade está prestes a mudar e vai arrancar com o fabrico dos próprios produtos. Os sensores IoT nas fábricas vão proliferar e a Machine Learning será utilizada não só para prever falhas de máquinas, mas também para as evitar. Menos tempo de paragem significa produção consistente. O envio desses produtos para todo o mundo é um desafio completamente diferente. As redes digitais de transporte de mercadorias alimentadas pela cloud vão atravessar países e oceanos, e fornecer dados em tempo real que permitem às transportadoras otimizar rotas de transporte e mudar de rumo em resposta a eventos inevitáveis, tais como falhas de equipamento e condições meteorológicos. Encaremos isto como uma visão em tempo real sobre o estado atual e a hora de chegada das mercadorias, mas a todos os níveis da cadeia de abastecimento.
Estas redes de transporte de mercadorias preparam o palco para os primeiros carregamentos de camiões autónomos. Com países como os EUA a sofrerem atualmente uma escassez de cerca de 80.000 motoristas, os impactos serão sentidos de imediato. Através da utilização de computação espacial, computação de bordo, e simulação, o transporte autónomo de camiões deverá ter um impacto maciço na nossa cadeia de abastecimento global. Porquê? Um condutor humano não pode passar muito tempo ao volante sem se distrair ou ficar cansado, sendo potencialmente perigoso. E, além disso, é preciso ter em conta os regulamentos específicos de cada país em termos de saúde e segurança. O que significa que as frutas frescas enviadas de sul para norte começam a deteriorar-se antes de chegarem ao destino. No entanto, um camião autónomo pode permanecer na estrada durante 24 horas. Não há pausas obrigatórias, e a tecnologia nunca se cansa, fica impaciente, ou se distrai. Os produtos são entregues no destino de forma rápida, segura e eficiente.
Ao entrarem num armazém local, a recolha robotizada, a triagem de encomendas e a embalagem automatizada tornar-se-ão mais comuns. A evolução vai continuar através de inovações em robótica que recorrem à tecnologia de Inteligência Artificial (IA), visão por computador, e manipulação precisa de produtos no inventário de uma empresa. A robótica autónoma também começará a desempenhar um papel mais importante no armazenamento. Imagine ser capaz de potenciar um operador de empilhadora, que passa uma boa parte do tempo simplesmente à procura de produtos, utilizando um gémeo digital, em tempo real no inventário, que é constantemente atualizado através de drones autónomos.
A chave para transformar a cadeia de abastecimento é utilizar tecnologia para otimizar cada passo ao longo do percurso de um produto. A partir do próximo ano vamos assistir a uma aceleração no desenvolvimento de fábricas inteligentes, equipamento, e expedição inteligente. Cada uma desempenhará um papel na melhoria da segurança dos trabalhadores, ao otimizar a gestão do inventário, reduzir os custos de manutenção, e racionalizar os processos de produção. A cadeia de fornecimento do futuro é digital.
Mas a logística está longe de ser a única área impactada por estas transformações que representam incríveis avanços tecnológicos. A energia inteligente, o desporto ou a produção de chips de hardware – tudo vai passar por esta avalanche de inovação na qual Werner Vogels reflete por completo no seu artigo Tech predictions for 2023 and beyond, que pode ler na integra em www.allthingsdistributed.com.

 

Werner Vogels, Chief Technology Officer da Amazon.com

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