A Logística na Distribuição
20 de Janeiro de 2015
J. Augusto Felício | Professor Associado | ISEG
A logística ganhou importância estratégica e é determinante para o desenvolvimento do mundo actual caracterizado hoje pela globalização. Proporciona aos sistemas globais maior eficiência e eficácia através do negócio logístico e às operações e processos, que se desenvolvem no âmbito das organizações, melhor produtividade através da logística interna ou operacional.
Negócio logístico e complexidade
Por negócio entendem-se as actividades de uma empresa e não a sua estrutura funcional. É por meio da compreensão das actividades de agregação de valor que os negócios da empresa podem ser devidamente compreendidos. Diferencia-se o negócio logístico realizado pelos operadores logísticos e associado com cadeias de abastecimento ou redes de abastecimento, da logística operacional associada com a gestão de stocks. O negócio logístico, em termos amplos, tem muito a ver com a globalização por desenvolver um serviço que recorre à integração de processos em sistemas, muitos deles constituindo-se em redes de âmbito nacional, regional e global. Refere-se a transacções comerciais, compreendendo serviços de valor acrescentado, desenvolvidos por operador logístico especializado, para assegurar o fluxo integrado da carga e mercadoria e o correspondente fluxo de informação, da origem ao destino final, pelos quais é cobrado um valor de acordo com o contrato. As organizações adoptam a logística operacional porque necessitam de conjugar múltiplas operações de forma eficiente, optimizada e no tempo certo. O que caracteriza fundamentalmente a logística é o facto de simultaneamente se conjugarem processos e informação.
A logística é um conceito que apresenta em especial duas perspectivas de entendimento. Uma interligando processos derivados de diferentes organizações com um propósito de negócio que permite a várias organizações dispor ou fornecer mercadorias ou cargas para diferentes localizações, no tempo certo e da forma mais económica e funcional. Estes processos integrados são realizados por operador especializado (ou operador logístico). Outra visando a integração de processos internos com um propósito operacional realizado de forma eficiente para a colocação de um produto no local e tempo certos (ou operação logística). O operador logístico refere-se à entidade que desenvolve a actividade de planeamento, implementação e controlo de fluxos de informação e de produtos (cargas ou mercadorias) e que se responsabiliza pelo processo integrado, modal ou intermodal, que inclui a movimentação, armazenagem e transporte desses produtos, de uma ou diferentes origens (clientes ou produtores) para um ou diferentes destinos, podendo, inclusive, realizar operações de valor acrescentado dos produtos.
Na abordagem à ‘logística na distribuição’ toda a atenção é canalizada para a compreensão do papel da logística no negócio da «grande distribuição». Este negócio dispondo de localizações estratégicas, comporta espaços desenhados e organizados onde se expõem produtos que respondem à necessidade de clientes e/ou consumidores, numa lógica comercial atractiva e funcional, com acesso fácil e em diversos planos agrupados por tipo de produtos. Por exemplo, no caso dos hipermercados em que os produtos são expostos em lineares, à medida que os clientes os procuram e consoante o seu escoamento, necessitam de reposição periódica, com intervalos de tempo maiores ou menores. Antes, porém, em grande parte, as mercadorias ou bens de consumo ou outros, têm de estar acessíveis em armazem adjacente para onde são canalizados no quadro de uma gestão de stocks. A sua chegada ao armazém deriva de operações de logística interna e outras realizadas por operador logístico que presta o serviço ou negócio logístico. Compreende-se que o negócio da «grande distribuição» tem a ver com a aptidão para disponibilizar aos cidadãos (clientes, consumidores, utilizadores), num determinado espaço, múltiplas mercadorias ou bens diversos, com a maior diversificação possível, de forma organizada, recorrendo à logística interna e a técnicas comunicacionais estudadas no quadro de orientações estratégicas próprias, prestando um serviço especializado. Neste negócio conjugam-se, essencialmente, a quantidade e diversidade de mercadorias ou bens, o preço dessas mercadorias ou bens no quadro de uma política de preços e a forma como são tornados acessíveis e se disponibilizam. Evidentemente que há muitos outros factores a considerar dentro da complexidade do próprio negócio, nomeadamente o papel instrumental das operações logísticas.
Na logística a integração de múltiplos processos envolve cargas (mercadorias ou bens), pessoas e informação. O objectivo final reside em assegurar a disponibilidade das cargas (mercadorias ou bens) no local e tempo certo, de forma eficiente e ao menor custo de operação, o que exige entender o conceito de sistemas adaptativos complexos (Nilsson, 2003) e considerar o pensamento complexo na sua perspectiva holística. A conjugação da acção sistémica com a observação holística possibilitam ao próprio sistema condições para a maximização do desempenho. Desta forma, para o cumprimento de objectivos, asseguram-se melhores opções quanto à interligação de processos e escolha dos recursos. Os sistemas podem ser simples ou complexos. A realidade evidencia a crescente complexidade dos sistemas e a necessidade de maior compreensão. Percebe-se que se caminha para um nível, ainda, de maior complexidade (ou de nível superior) ao constituírem-se redes de sistemas. Por isso, os estudiosos da logística consideram muito importante desenvolver as teorias de logística complexa (Nilsson, 2006) , nomeadamente, porque a logística faz parte da estratégia da empresa e as próprias empresas se organizam em redes interdependentes. Para Bowersox & Closs (1996) , a abordagem aos sistemas tornou-se fundamental na logística. Refere-se a um sistema derivado de uma rede de actividades relacionadas com o objectivo de gerir e ordenar o fluxo material e de pessoal dentro do canal logístico (Lambert et al., 1998) .
O negócio da grande distribuição
O negócio da grande distribuição é diferente do negócio logístico com o qual se relaciona para optimizar a logística interna. Associa-se com as grandes superfícies (centros comerciais, hipermercados e lojas), sinónimo de diversidade de produtos e grande dimensão. A grande distribuição e as grandes superfícies, em geral, confundem-se, mas ambas têm a ver com oferta alargada de produtos e preço competitivo. O seu sucesso está estreitamente relacionado, nomeadamente, com a diversidade de escolha, conveniência e comodidade na aquisição de produtos, com a economia de tempo nos momentos de menor disponibilidade, com a prática de horários alargados, com o preço competitivo face ao comércio tradicional, com a organização e boa apresentação dos produtos, com a facilidade de estacionamento e com a acessibilidade. Distingue-se com base em critérios diversos, nomeadamente, pelo tipo de actividade (ex., desporto, bricolage, alimentação) ou por dispor de espaço único ou diversos espaços (hipermercado, centro comercial). Em termos de diferenciação pode identificar-se pelos centros comerciais (ex., Colombo, Vasco da Gama, Norte Shopping), hipermercados (ex., Continente, Feira Nova, Lidl, Auchan) e lojas de grande dimensão diferenciadas por actividade (ex., Minipreço, Ikea, Makro, Intermarché, Zara, Fnac, Office Centre, Mestre Maco, Conforama, Worten, Outlets).
O negócio da grande distribuição envolve multi-produtos de utilidade ou consumo, gamas de produtos ou outro tipo de agrupamento de produtos, colocados à disposição dos clientes em espaço tipificado por empresa especializada e dotada de aptidão, para assegurar a concentração organizada de produtos, recorrendo a técnicas modernas de comércio (exemplo merchandising). Há várias características que suportam o sucesso da grande distribuição, das quais destacam-se as condições para dinamizar o mercado através de acções de modernização dos produtos, serviços e imagem, dos investimentos para tornar os espaços apelativos e com design moderno e das iniciativas conducentes à inovação dos espaços e a disporem das novidades. Este tipo de empresas é vocacionado para responder a grandes massas de clientes, de forma dinâmica e agressiva, recorrendo a profissionais de várias especialidades que, entre outras, asseguram condições de organização e gestão do espaço e dos produtos em função de especificidades de comportamento e necessidades dos clientes. Este negócio aposta na política de preços acessíveis, no forte investimento em publicidade e promoção, na qualidade do serviço prestado e na política do serviço ao cliente, nomeadamente, baseado na facilidade de horários e acessibilidades. Caracteriza-se com base na economia derivada do preço, diversidade e economia de tempo.
Outra perspectiva a destacar no negócio da grande distribuição reside em tratar-se de pontos de venda com o sentido de modernidade no tratamento de informação e ao nível da imagem, vocacionados, nomeadamente, para o cliente final (ex., hipermercados e supermercados) e para os revendedores (ex., Cash and Carry, Makro). Os clientes finais, no caso português, percepcionados como comodistas, exigentes, egocêntricos e insatisfeitos, aproveitam da grande distribuição vantagens em termos da diversidade de escolha dos produtos, dos preços praticados em geral mais acessíveis e variados, da habituação a um espaço de oferta de produtos em horários alargados e ao fim de semana e da possibilidade de acesso fácil e rotineiro a produtos e serviços de qualidade.
O negócio da grande distribuição é muito exigente especialmente em termos de condições de logística operacional. Recorrem em muitos casos aos operadores logísticos (negócio logístico) para disporem das mercadorias em armazém, nas quantidades e tipo de mercadoria necessários para abastecer os stocks e evitar rupturas que assegurem a reposição dessas mercadorias no espaço da grande distribuição. Em grande parte dos casos o abastecimento é feito directamente pelos fornecedores, uma vez que a prática do preço acessível e competitivo exige essa negociação directa e em grandes quantidades, fazendo com que a gestão do stock em armazém, para reposição das mercadorias no espaço comercial, seja de primacial importância. Neste caso, os responsáveis da grande distribuição estabelecem calendários de fornecimento estimados e gerem os stocks com base nas perspectivas de venda dos produtos. A logística operacional assegura as condições que interligam os fluxos de informação com os movimentos das mercadorias provenientes dos stocks existentes e abastecimento dos fornecedores.
Sobre a logística
Logística refere-se ao processo de planeamento, implementação e controlo eficiente e eficaz dos fluxos e de armazenamento das mercadorias e respectivos serviços e informação relacionados, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o propósito de responder às exigências dos clientes (Council of Logistics Management, 1991). Dito de outra forma, a logística compreende o processo de aquisição, movimentação e armazenagem de cargas ou materiais, organização de canais de comercialização, controlo dos fluxos de informação, transporte e entrega no destino de forma eficiente e eficaz.
O conceito de logística é frequentemente alargado para incluir fornecedores e clientes na perspectiva da gestão da cadeia de abastecimento, da qual deriva a cadeia de valor como mecanismo para examinar o valor criado por uma empresa face aos custos associados com a criação desse valor. A cadeia de valor ajuda a concentrar nas actividades que geram valor para o utilizador final, cujo valor é sempre definido pelo cliente. Tenha-se presente que o valor que se acrescenta mas que não é percebido pelo cliente não pode ser recuperado. O serviço prestado aos clientes compreende o resultado do sistema de logística, assegurado pela conjugação dos processos de logística com os processos de marketing, tendo como objectivo maximizar o valor acrescentado derivado da vantagem nos custos.
A logística refere-se ao conjunto das actividades de movimentação e armazenagem, organizado para facilitar o fluxo de produtos dos fornecedores de matérias-primas até ao consumidor final e os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento. Tem como objectivo transportar e posicionar os stocks para assegurar os benefícios relativos ao tempo e local ao menor custo total (Bowersox et al., 2010) . Por isso, a actividade logística reduz o tempo de produção, aumenta a confiabilidade em relação às entregas e reduz os custos com a stockagem e manuseamento de produtos. O seu desafio moderno consiste em diminuir o intervalo entre a produção e a procura ou as condições de disponibilização das mercadorias nas melhores condições de espaço, tempo e custo aos clientes, afim de que possam ter bens e serviços quando e onde quiserem, na condição física que desejam.
A logística interna como instrumento da grande distribuição
A distribuição combina o transporte com a armazenagem e a gestão de stocks. Compreende o processo de manuseamento e deslocação de uma carga ou mercadoria de um ponto A para um ponto B o que inclui a recepção da carga ou mercadoria, a utilização de modo de transporte, as operações de manuseamento e gestão e a entrega no local (Figura 1). A distribuição, em geral, quando se conjuga com outros requisitos para assegurar o movimento integrado e eficiente de materiais dentro da empresa no tempo certo e ao menor custo identifica-se com a logística. Restringindo-se o âmbito à empresa denomina-se logística interna.
Figura 1 – Imagens de espaço e manuseamento na distribuição
A logística interna refere-se ao processo de gerir estrategic amente a aquisição, movimentação e armazenagem de mercadorias, produtos acabados ou outros, e respectivos fluxos de informação através da organização, respondendo aos pedidos dos clientes ao mais baixo custo visando a maximização da rendibilidade (Christopher, 1999). Com a logística pretende-se eliminar tudo o que não acrescente valor para o cliente (custos acessórios e perda de tempo). Devido à complexidade dos problemas logísticos e à sua natureza dinâmica, todo sistema logístico precisa constantemente de ser avaliado, monitorado e controlado. Como processo interno de abastecimento, armazenamento, transporte e distribuição das mercadorias dentro da organização a logística interna responde à procura.
Verifica-se que as empresas que não dispõem de um bom sistema de logística interna incorrem em custos adicionais, que se reflectem na qualidade dos serviços prestados aos clientes, seja por não dispor das mercadorias ou produtos requeridos seja por menor prestação quanto ao atendimento. A logística de distribuição e abastecimento contém o processo de armazenagem, como parte importante da estratégia das empresas para reduzir o custo dos produtos. A logística tem custos directos (ex., custos de transporte) e custos indirectos (ex., tecnologias de informação) ou custos fixos (ex., armazenagem própria e mão de obra, independentes do volume de actividade) e custos variáveis. Os custos fixos na actividade de armazenagem estão dissociados do facto do armazém estar vazio ou se movimenta menos produtos do que o planeado, pois na sua maior parte mantêm-se porque estão associados ao espaço físico, aos equipamentos de movimentação, ao pessoal e aos investimentos tecnológicos. No essencial, o custo logístico total integra os custos de stockagem, armazenagem, aquisição e transporte. Para este custo concorrem as opções de maior ou menor automação do armazém, se dispõe de sistemas de verticalização e se utiliza o sistema WMS (Warehouse Management System). Há vantagens e desvantagens que devem ser ponderadas.
Na grande distribuição a logística interna associa-se a técnicas de gestão de stocks necessárias para a optimização da produtividade operacional, gestão da ocupação do espaço e utilização dos recursos operacionais. A sua aplicação permite a adequação à filosofia de just in time, para assegurar condições de stocks suficientes, com os menores custos de armazém, espaço e pessoal para a gestão da armazenagem em sintonia entre a oferta e a procura. A política de stock zero não funciona, em geral, devido a atrasos e à imprevisibilidade na entrega de produtos o que induz a necessidade de funcionários para a reposição constante dos produtos e em consequência o aumento dos custos. Verificam-se, em geral, importantes variações em termos do volume de mercadorias ou produtos entrados e disponíveis na ‘grande superfície’. Por isso, se torna relevante adequar a programação dos stocks para minimizar problemas relacionados, nomeadamente, com a disponibilização das mercadorias, formação de filas, intensidade de fluxo de pessoas e produtos em horário nobre, utilização inadequada do espaço, controlo na separação de pedidos e distribuição física dos produtos no armazém.
Os processos de armazenagem, com a consequente constituição de stocks, em geral temporários, são necessários para assegurar a distribuição e manter o equilíbrio entre os fluxos das mercadorias disponíveis para o cliente e a sua procura, dependente da intensidade de rotação. No entanto, a manutenção de stocks gera custos de encomenda ou adminsitrativos associados com o processo de aquisição das mercadorias, custos de manutenção associados com as instalações, mão-de-obra e equipamentos e custos de oportunidade relacionados com o capital imobilizado para manter os stocks, o que justifica a aposta na filosofia do ‘just in time’.
No abastecimento externo das mercadorias a gestão dos stocks, o seu armazenamento, a informação e o transporte integram a logística: O stock é central neste processo devido à necessidade de ser colocado no local adequado e no momento certo. Neste caso, o objectivo da logística é reduzir o custo de transporte recorrendo a maiores embarques, com o menor custo financeiro e o máximo de rotação possível, sem sacrificar a qualidade do serviço ao cliente (Bowersox et al., 2010). Os fluxos de mercadorias ou produtos subordinam-se às dimensões de tempo e espaço, factores chave nas tomadas de decisão relacionadas com o stock. A dimensão espaço orienta as decisões relacionadas com a distribuição física dos produtos, enquanto a dimensão tempo assegura a política de produção que se caracteriza pela escolha entre produzir a pedido ou produzir para stock. A maior intensidade de custos do produto determina a opção de centralizar a distribuição física de stock e a menor intensidade de custos a opção de descentralizar a distribuição física de stock. No decurso do processo logístico as mercadorias precisam ser armazenadas em momentos específicos, obrigando à sua movimentação para que a carga e descarga sejam eficientes. Associam-se, em muitos casos, diversas outras operações, caso da embalagem de produtos individuais em caixas para que sejam movimentados com mais eficiência no seu transporte. O armazenamento, o manuseamento e a embalagem são igualmente importantes para a dimensão tempo, porque facilitam a velocidade do fluxo geral das mercadorias ou produtos ao longo da cadeia de produção (Bowersox et al., 2010). A procura também afecta a decisão de centralizar ou descentralizar stocks. Uma maior procura exige mais elevada rotação do stock, reduzindo-se os riscos relacionados com a obsolescência e perecibilidade, o que se torna central. Quanto maior a rotação maior a tendência para a descentralização, ao passo que a menor rotação ou a maior variação dos fluxos tende para a centralização dos stocks, ao evitar-se a sua dispersão pelas instalações e o envio das mercadorias erradas para o local errado.
O processo de stockagem depende das características dos produtos ou mercadorias e das características do espaço de armazenamento. No primeiro caso determinam-se as possibilidades de agrupamento por tipo, dimensão e frequência de movimentação dos produtos enquanto no segundo caso determina-se a forma como se utiliza esse espaço em função da dimensão e tipo de construção do armazém, localização, áreas disponíveis e como se relacionam e os critérios de disponibilização. Compreende-se, porém, que, o processo de armazenagem se observa de forma integrada no quadro das necessidades logísticas com vista a maximizar recursos e a evitar falhas. Este processo envolve, nomeadamente, as actividades de recebimento, inspecção, etiquetagem, stockagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos e inventários (Guarnieri et al., 2006) . O sistema de armazenagem integra equipamentos de movimentação, estruturas de stockagem (ex., estantes, porta-paletes), espaço físico e produtos. A decisão sobre a utilização dos módulos de stockagem depende das características dos produtos armazenados. A grande distribuição trabalha com muitos fornecedores com prazos de entrega diferentes, o que exige a programação das entregas para evitar a formação de filas nas docas. Este trabalho decorre do planeamento que envolve o sistema de armazenagem do qual, entre outros, relevam-se as operações do depósito dos produtos recém-chegados.
Outro ponto a considerar refere-se à actividade de picking tida como crítica no processo de armazenagem devido à necessidade de recorrer a custos de pessoal e à movimentação intensiva dos produtos e redução do ciclo temporal. No sistema de picking é traçada uma estratégia para a recolha e separação de produtos que assegurem as exigências de produtividade e a flexibilidade do sistema.
Conclusões
Este trabalho evidencia a importância em compreender os conceitos associados com a logística da distribuição, dos quais salientam-se a logística, negócio logístico, logística interna, operador logístico, negócio da grande distribuição, sistemas adaptativos complexos, pensamento complexo, teorias da logística, cadeia de valor, custo logístico total, gestão de stocks, sistemas de armazenagem e actividades de picking.
O negócio da grande distribuição refere-se à aptidão para prestar um serviço especializado, colocando ao dispôr de clientes ou outros utilizadores, num determinado espaço e de forma organizada, múltiplas mercadorias ou bens, com a maior diversificação possível, recorrendo à logística interna e a técnicas comunicacionais estudadas no quadro de orientações estratégicas próprias. Porém, distingue-se do negócio logístico com o qual se relaciona para optimizar a logística interna. A grande distribuição e as grandes superfícies, em geral, confundem-se, pois ambas têm a ver com a oferta alargada de produtos e com preços competitivos. Responde a grandes massas de clientes, através de serviços muito especializados realizados por profissionais competentes.
A logística interna identifica-se com o processo de gerir estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de mercadorias, produtos acabados ou outros, e respectivos fluxos de informação, através da organização para responder aos pedidos dos clientes ao mais baixo custo. Uma logística interna menos adequada incorre em custos adicionais e a menor qualidade dos serviços prestados aos clientes. Associa-se a técnicas de gestão de stocks, gestão da ocupação do espaço e optimização de recursos operacionais, na perspectiva da adequação à filosofia de ‘just in time’.