As novas soluções de digitalização, como a big data, blockchain, drones e a robótica, estão a permitir que a indústria de transporte de carga marítima possa introduzir soluções disruptivas que visam reduzir ou eliminar actividades sem valor acrescentado, segundo um novo estudo da ABI Research, consultora internacional na área das tecnologias.
Nos próximos cinco anos, os players que integram a cadeia de valor do sector marítimo, vão aumentar a adopção de soluções que permitam lidar com questões de segurança, excesso de capacidade e modelos que permitam calcular os custos de forma rigorosa.
“Para além da consolidação e da pressão sobre os lucros, os players do mercado têm de se adaptar e trabalhar com parceiros, tanto dentro como fora do sector, desde startups até aos líderes em tecnologia de conectividade, Inteligência artificial (IA), mas também com os seus concorrentes, de forma a alinhar standardização”, adianta Susan Beardslee, analista na ABI Research. Exemplos recentes incluem a aquisição da Transas pela Wärsilä como forma de suportar um ecossistema inteligente baseado na Inteligência Artificial, mas também o acordo de negócio entre a Orange e a Cargotec, para permitir um handling de carga inteligente.
As receitas do transporte de carga marítima devem subir de US$ 166 mil milhões no ano passado para mais de US$ 205 mil milhões em 203. O aumento da facturação e das receitas, será conseguido principalmente a partir das novas tecnologias, incluindo a big data, blockchain, electrificação, operações assistidas ou automatizadas, drones, robótica e da realidade virtual. O recurso à ciber segurança é essencial para fazer frente às ameaças actuais, o que fará aumentar os gastos nestas soluções para um patamar de US$ 1,7 mil milhões em 2023.
Os carregadores estão a conseguir uma maior visibilidade na supply chain, recorrendo a empresas startup, como a Xenata (projecto baseado em cowdfunding) que oferece soluções on-demand e em tempo real de benchmark e informação sobre os mercados, da plataforma digital de procurement da Flexport e do mercado on-line da Freightos para a gestão de cotações. Também a Sigfox acabou de lançar um novo serviço, oferecendo geolocalização em tempo real de contentores, enquanto a Orbcomm disponibiliza uma solução bidireccional para monitorizar veículos via satélite ou celular. São também estabelecidas parcerias, como a IBM e a Maersk na área do blockchain e a Microsoft com a OOCL, na área da Inteligência Artificial com aplicação no sector marítimo. As propostas são várias, com as empresas a aumentarem constantemente o seu portfólio de soluções quanto a esta matéria.