Desafios Globais e Desenvovimento, outra leitura
José Fragoso Henriques, Consultor
O início do século XXI é rico em eventos históricos que merecem ser recordados bem como de assinaláveis ocorrências no plano económico, social e até mesmo civilizacional. No primeiro caso, destacamos os setenta anos da II Guerra Mundial, o centenário do início da I Guerra Mundial, os 25 anos da Queda do Muro de Berlim, entre tantos outros factos históricos relevantes.
Quanto ao desenvovimento civilizacional, sem avaliações, a globalização económica, o que é muito, marcou, marca e marcará o secúlo XXI.
É de realçar que nos dias que vivemos , de esperança em alguns , poucos, lados , e de desanimo nos demais, podem traçar-se pontos de contacto, linhas de continuidade e fractura entre os 3 registos e a globalização. A evolução do saber logístico, nas suas mais diversas e ricas perspectivas, contribui, e muito para o advento desta e por esta via, a emergencia de nações, estados e camadas significativas da população para níveis de desenvolvimento incomparavelmente melhores que os do breve século XX, como o apelidou Eric Hobsbawm, grande historiador britânico.
Mas a vida e a história são compostas de uma massa contraditória e conflituosa entre gentes, povos e regiões e, bem mais grave, face a reduzida dimensão do ser humano, entre a sociedade e o planeta. A dimensão, possível, deste texto mais não admite grandes desenvolvimentos, mas devemos colocar imperiosamente, melhor repetir, uma questão. O sucesso da gestão logística, a evolução da rede logística quanto contribui para a redução assustadora dos recursos naturais e para a degradação das condições do Planeta Terra. Até colocando em causa a possibilidade da raça humana subsistir enquanto sociedade, sociedade desenvolvida e progressista. Pessimismo, assim, espero, mas a história está cheia de optimistas enganados.
Seremos nós, profissionais da “logística” desencadeadores, ou tão só facilitadores da abertura de “caixas de Pandora” quanto a sustentabilidade do nosso Planeta. Não se leia aqui algum desprezo ou zanga pelo desenvolvimento das competencias logísticas, bem pelo contrário. Tão só uma inquietação. O nosso processo e modelo de crescimento deve, e pode, puderá (?), passar por outra via que procure a melhor utilização dos recursos e uma boa distribuição da riqueza gerada e desse modo a redução da desigualdade e por esta via a redução das ameaças ambientais .
O saber logístico pode ainda ser mais importante nesse processo. Creio, e porque estamos em Abril, citando, e adptando, José Mário Branco, “foi um sonho lindo que não começou “.
José Fragoso Henriques, Consultor