(Des)centralização na Europa vs Resto do Mundo

joao trindade

joao trindade(Des)centralização na Europa vs Resto do Mundo

João Trindade, logistics improvement lead – Europe, CIS, Turkey, AFNE, SC JOHNSON

Num mundo cada vez mais competitivo também em termos de custos logísticos, a centralização de armazéns é uma realidade cada vez mais presente nas empresas de grande consumo europeias. De um ponto de vista regional, a Europa encontra-se num momento muito díficil no que diz respeito ao crescimento de vendas, o que faz com que o peso dos custos logísticos em relação a essas vendas suba consideravelmente. 

 

O conceito de clusters que existe há algum tempo, principalmente ao nível da gestão de topo, em muitos casos não se aplica à rede de distribuição logística. Como todos sabemos, a solução mais fácil e cómoda seria ter um armazém em cada país que abasteça esse mesmo país oferencendo lead times mais curtos e maior flexibilidade. No entanto, a pressão para baixar os custos logísticos não permite muitas vezes o “luxo” de ter um armazém em cada país. A organização por clusters ou hubs logísticos ajuda sem dúvida à redução de custos logísticos de armazenamento de stock em países de volume mais baixo que compensam, na maior parte dos casos, os custos mais elevados de transporte. Neste contexto, a centralização é frequentemente a solução encontrada para a redução imediata de custos operacionais.

Esta redução só é possível quando se têm em conta todos os aspectos e características específicas dos países que “perdem” o seu armazém e principalmente dos clientes desses países. O inevitável aumento de lead times e a redução de flexibilidade não permite falhas no serviço ao cliente, ou seja, a centralização logística deverá ser completamente transparente para estes clientes. Ao exemplo óbvio de Espanha – Portugal, seguem-se França – Bélgica -Luxemburgo, Alemanha – Holanda – Áustria ou ainda Polónia – República Checa – Eslováquia – Hungria, entre outros.

Por outro lado, nos países emergentes ou em crescimento, a questão é a descentralização de armazéns logísticos. Exemplos como Rússia, Brasil ou alguns países africanos em que as distâncias são consideráveis e onde as cidades mais secundárias se desenvolvem a um ritmo bastante acelerado, revelam que em outras partes do mundo se verifica a tendência exactamente oposta. O crescimento destas cidades leva a que o consumo cresça e com ele a necessidade de plataformas logísticas dos principais players. A necessidade, uma vez mais, de melhorar o serviço ao cliente, mais concretamente o lead time e a frequência de entregas, faz com que um ou mais armazéns sejam economicamente viáveis e consequentemente obrigatórios.

“How the winners do it” em relação a esta questão passa, sem dúvida, por ter um controlo bastante fiável dos custos e das suas redes logísticas, no intuito de estudar as várias alternativas e assim encontrar a melhor solução para o seu país, cluster ou região.

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