A fabricante de aeronaves Embraer vendeu duas subsidiárias em Portugal, localizadas em Évora, à espanhola Aernnova Aerospace, por cerca de 151 milhões de euros, anunciou hoje a empresa brasileira.
O acordo, confirmado num comunicado emitido aos accionistas da Embraer, contempla a venda de todas as ações das subsidiárias Embraer Portugal Estruturas Metálicas (EEM) e Embraer Portugal Estruturas em Compósitos (EEC) à Aernnova, pelo valor de 172 milhões de dólares (151,2 milhões de euros), sujeito a ajustes até à sua conclusão.
Com 37.100 e 31.800 metros quadrados, respectivamente, e empregando cerca de 500 pessoas, as instalações combinam as tecnologias mais avançadas no fabrico de aeroestruturas metálicas e de compósitos com um elevado nível de digitalização e automação dos processos produtivos. Nas duas fábricas são produzidos, entre outros, componentes para asas e estabilizadores verticais e horizontais para programas aeronáuticos da Embraer como os jactos executivos Praetor 500 e Praetor 600, as duas gerações da família de E-Jets de jatos comerciais e o jato multimissão KC-390 Millennium. As unidades industriais de Évora serão os maiores centros produtivos da Aernnova no mundo.
Com os novos termos da parceira, a Aernnova assume a operação das fábricas industriais em Évora e ao mesmo tempo, assegura o fornecimento para produção actual de aeronaves Embraer, aumentando a previsão de receitas de longo prazo da Aernnova.
O acordo reforça a posição da Aernnova como fornecedora de primeira linha para aeronaves de corredor único, avançando a posição da companhia nos mercados de aeronaves executivas e de defesa. As actividades nas instalações industriais de Évora adicionarão cerca de US$ 170 milhões em receitas para a Aernnova. A capacidade das unidades industriais em Évora também permitirá a assinatura de novos contratos, seja com a Embraer ou com outros fabricantes.
«Estamos satisfeitos em anunciar essa parceria com a Aernnova, uma fornecedora de renome mundial em aeroestruturas. O acordo permitirá a ampliação dos níveis de ocupação nas fábricas de Évora e a diversificação da base de clientes, trazendo novas oportunidades de negócios», diz Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embrae, em comunicado. «Este acordo é um importante passo da nossa estratégia de optimização de activos, que visa maximizar o uso de nossas unidades e melhorar a rentabilidade da companhia».
Também Ricardo Chocarro, CEO da Aernnova, diz que «o acordo é mais um passo na estratégia de crescimento da Aernnova, que reforça ainda mais o status da companhia como um líder global no design e na produção de aeroestruturas. Planeamos avançar ainda mais nas operações das instalações e estabelecer Évora como um modelo na fabricação de aeroestruturas, com o suporte técnico e comercial do Grupo Aernnova – que tem um compromisso duradouro no desenvolvimento de uma indústria aeronáutica mais sustentável e digital».