A revolução energética na indústria já está em marcha e o setor dos plásticos e da borracha quer estar na linha da frente. Com os combustíveis fósseis ainda a dominar os processos de produção, a procura por alternativas limpas, eficientes e sustentáveis tornou-se urgente para cumprir as metas climáticas da União Europeia até 2050.
É neste contexto que nasce o projeto europeu JOULIA, uma iniciativa inovadora financiada pelo programa Horizonte Europa, que promete mudar a forma como esta indústria aquece os seus materiais. O objetivo passa por substituir os métodos tradicionais de aquecimento por soluções totalmente elétricas, mais limpas e eficientes.
Durante os próximos quatro anos, 15 parceiros de sete países europeus vão testar duas tecnologias de ponta: o aquecimento por indução eletromagnética e por micro-ondas. Estas técnicas — ambas sem contacto físico direto — serão aplicadas em dois processos críticos: a vulcanização de borracha e a colagem de tubos multicamadas em plástico. A grande novidade é que os testes serão feitos em ambiente industrial real, mostrando na prática o potencial transformador destas soluções.
Para além dos ganhos ambientais, o JOULIA visa também reforçar a resiliência energética da Europa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis importados e aumentando a competitividade das indústrias envolvidas.
“O ISQ será responsável por garantir que as novas tecnologias são seguras para os trabalhadores, desenvolvendo normas de segurança e saúde ocupacional. Além disso, irá desenhar planos de formação e requalificação profissional, para preparar os técnicos para esta nova realidade industrial”, segundo comunicado.
“Queremos garantir que a inovação tecnológica caminha lado a lado com a segurança, a capacitação das pessoas e a sustentabilidade social”, explica João Laranjeira, gestor do projeto no ISQ.
Alinhado com as estratégias europeias – como o Fit for 55, o REPowerEU e o Net-Zero Industry Act – o JOULIA é mais do que uma experiência tecnológica: é um passo firme para uma indústria mais verde e preparada para o futuro.
O projeto também abre portas à replicação das soluções noutros setores industriais, como o alimentar e o cerâmico, promovendo uma transição energética mais abrangente e acelerando o caminho para a descarbonização da economia europeia.