As tecnologias da informação, o digital e o e-commerce vieram revolucionar a forma como compramos, coube às empresas a adaptação à mudança, e a restruturação dos diversos departamentos dentro da organização.
Os indicadores de riscos na cadeia de abastecimento são, geralmente, averiguados através de uma auditoria SMETA. Esta assenta em quatro pilares, Força Laboral, Segurança e Higiene no Trabalho, ética nos negócios e ambiente. Cada um deles mostra-nos onde estão os principais problemas na cadeia de abastecimento. Um risco mal avaliado, um fornecedor mal escolhido leva a graves consequências para a organização compradora que, geralmente, gasta milhões em publicidade e marketing; a escolha de um fornecedor pode deitar a perder toda uma jornada no posicionamento de uma marca. Cabe às organizações averiguar, dentro destes 4 pilares, se todos os seus fornecedores estão a agir em total conformidade com o que cada sector ou indústria está obrigado, mediante a área geográfica onde se encontra.
O primeiro a ser verificado prendesse com a força laboral, onde os direitos humanos, escravatura moderna, trafego de pessoas, estão na ordem do dia. Modelos disruptivos entram nesta área, quando o trabalhador da fábrica tem um aplicativo no seu telemóvel e pode ai reportar diretamente ao cliente da fábrica. Anunciado aí em tempo real se está a ser sujeito a horas extraordinárias, maus tratos ou trabalho forçado. O segundo pilar, a ser avaliado é se todo o compliance relativo à higiene e segurança no trabalho está em conformidade com a lei. O papel dos governos, neste ponto, torna-se crucial. A ética nos negócios, terceiro pilar, onde também os governos têm um papel fundamental, nas politicas anti suborno, mas onde cabe à empresa o desenho de todas as politicas anticorrupção. Por último, o ambiente onde as mudanças climatéricas e as emissões de carbono são as principais preocupações de todos os setores, mas onde a área da dos transportes é a mais afetada. Só o conhecimento de todos estes quatro indicadores nos levam ao melhor conhecimento da nossa cadeia de abastecimento, e, assim, tornar efetiva responsabilidade social corporativa, sem por em risco o negócio.
A Tesla está, neste momento, para além dos carros e das baterias, a produzir telhas a partir do solo, que são mais baratas que as telhas que estão no mercado; mas para além disso estas telhas têm a capacidade de produzir energia. A Audi começa a produzir diesel a partir da energia do eólica. Outro exemplo disruptivo, a aplicação móvel que lê a etiqueta na roupa permitindo saber onde foi fabricada; mas, para além disso, permite que as empresas consigam saber quais são as informações que o consumidor tem em conta quando está a comprar.
Fundamentalmente teremos que fazer coisas melhores, para que das responsabilidades surjam oportunidades de negócios mais colaborativos e mais sustentáveis.
Cátia Oliveira, Responsible Sourcing, Sustainability & CSR Consultant