«Parque logístico grupo Mosqueteiros sofre profunda alteração, nos últimos anos»

O parque logístico do grupo Os Mosqueteiros, que detém em Portugal as insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady, sofreu, nos últimos 8 anos, uma profunda remodelação. Num processo denominado “PTL – Plano de transformação logística”, “expandimos e fechámos entrepostos, concentrámos operações, com o objetivo de melhorar as condições de exploração, orientando-nos para os ganhos de produtividade a diferentes níveis,” da mesma forma que a concentração de operações permitiu otimizar a vertente do transporte.
Atualmente, o parque logístico do grupo é constituído por dois centros de distribuição alimentares, Alcanena e Paços de Ferreira, ambos multi-temperatura (ambiente, refrigerado e congelado), e um centro de distribuição não alimentar, sediado em Cantanhede, numa operação de distribuição a nível nacional, multi- insígnia.
Do PTL fez ainda parte uma reestruturação completa dos sistemas de informação, coroada com a mudança de WMS. Alteraram-se processos e fluxos de mercadoria, adotando um conjunto de práticas que “nos permitiram sincronizar as nossas operações com as operações logísticas a montante, das quais resultou um significativo alargamento dos fluxos de mercadoria e uma, consequente, melhoria dos níveis de serviço à nossa rede de lojas.”
O projeto de expansão de Alcanena, foi “apaixonante”, porque se trata de uma base logística com mais de 20 anos, com forte ligação ao crescimento do grupo, que sofreu ao longo dos anos muitas transformações para dar resposta às apostas comerciais e que carecia de uma profunda remodelação. Este projeto contemplou 3 vertentes: a expansão e a reorganização completa do armazém de refrigerados, onde foram mudados quase todos os fluxos; a expansão do armazém ambiente, dotando-o de “maior capacidade” de armazenamento, e a modernização da tecnologia de frio, tanto no frio positivo, como no frio negativo. Realizada em plena laboração, esta remodelação foi possível através “de uma coordenação exemplar entre as equipas de projeto e as extraordinárias equipas das operações logísticas, que mantiveram vivo ao longo de 18 meses um espírito de colaboração a todos os níveis. Só assim foi possível manter o abastecimento à nossa rede de lojas sem qualquer entropia.”
A forte aposta “no comércio de frescos”, levou ao desenvolvimento de uma operação logística adaptada, com enfoque em manter lead-times “muito reduzidos” na entrega à loja, garantindo a “frescura” dos produtos. “O “elevado grau de capilaridade da nossa rede”, obrigou ao desenvolvimento de um conjunto de soluções que permitem a manutenção da cadeia de frio e a otimização da distribuição, daí que “tenhamos associadas às operações múltiplos equipamentos de transportes,” que vão desde roller containers a combis desenvolvidos a pensar na produtividade e acondicionamento da mercadoria, num modelo logístico “muito adaptado à dispersão e dimensão dos nossos pontos de venda.”
Em mãos está ainda o estudo de uma solução de mecanização de operações, “tema incontornável uma vez que todos os indicadores apontam para uma escassez de mão de obra que poderá por em causa o funcionamento normal das nossas plataformas”. A transformação digital é outro fator que irá acelerar a robotização das operações de armazém, até porque com a omnicalidade “deixará de haver lugar para o erro admissível e o grau de exigência será maior”.

Artigo publicado na edição de Maio/Junho 2018 da revista Logística Moderna

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