Coronavírus: Qual o impacto nas supply chains?

Com o cenário do coronavírus a manter-se, o impacto nas cadeias de abastecimento poderá ser maior. Por agora e apesar de existirem alguns problemas, as cadeias de abastecimento vão funcionando, mas se a situação se mantiver a disrupção poderá será inevitável. Há alguns sectores que devido à maior dependência que têm da China podem estar a passar por maiores dificuldades.

O encerramento da fábrica da MTA – Advanced Automotive Solutions, fabricante europeu de componentes electrónicos para a indústria automóvel em Codogno, na Itália, colocava em risco o funcionamento de fábricas de várias marcas automóveis no continente europeu, como a Fiat Chrysler (FCA), Renault, BMW e Peugeot.
É certo, que neste momento, a empresa já está a reiniciar a sua actividade, mas tal parece ser trabalho realizado a partir de casa e em áreas como o Sales, Purchase, R&D, Industrialization e Customer Service, ou seja, “melhor do que nada”, pois em princípio permite provavelmente o acesso ao stock de produtos já produzidos antes do encerramento.

Também o sector têxtil, e considerando que a China é responsável por produzir um terço do vestuário a nível mundial, poderá estar a passar por uma fase complicada devido ao encerramento de muitas fábricas.
Assim, pode não haver problemas com a colecção de primavera, pois esta já está ou estava a caminho dos mercados a que se destinavam, mas se a situação se mantiver durante mais dois meses tal pode afectar a colecção de outono. Se, entretanto o problema se resolver, mesmo que se opte por fazer o transporte por via aérea para poupar tempo (no transporte marítimo falamos normalmente de viagens de 30 dias) a verdade é que começam a escassear meios de transporte. Isto porque, muitas companhias aéreas e mesmo marítimas reduziram o seu número de viagens. Poderá ser impossível evitar impactos económicos.

Há ainda a considerar o impacto da perda de vendas das empresas de moda que actuam no mercado Chinês, o que pode afectar de forma importante os resultados. Por um lado, perderam vendas e, por outro lado, se não ajustarem a produção podem ficar com excesso de inventário no final do ano.

Por outro lado, e embora na China de forma tímida a produção esteja a ser retomada a níveis muito baixos, a verdade é que os efeitos ainda não se fizeram verdadeiramente sentir, pois o transporte é feito por, via marítima, e durante esta fase tem-se estado a receber produtos fabricados antes do encerramento das fábricas.

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