Resiliência da supply chain é principal prioridade após a pandemia

Segundo um estudo publicado no final de Novembro pela Capgemini Research, mais de 80% das empresas foram impactadas negativamente pela pandemia do Covid-19. O estudo “Fast forward: Rethinking supply chain resilience for a post-COVID-19 world” mostra que a pandemia fez com que as empresas passassem a dar prioridade à resiliência da supply chain.

Dois terços (66%) afirmam que têm de alterar as suas estratégias para se adaptarem ao novo normal. Apenas 14% das organizações estão à espera de que tudo simplesmente volte ao normal habitual.

Empresas dos sectores do retalho, produtos de grande consumo, “discrete manufacturing” (sectores industriais como automotive, aeronáutico, mobiliário, brinquedos, smartphones, etc) e as ciências da vida estão a enfrentar múltiplos desafios nas suas supply chains.

Estes desafios incluem:

  • Escassez de peças ou materiais críticos (74%)
  • Atrasos nos fornecimentos e prazos de entrega (74%)
  • Dificuldades a ajustar a capacidade produtiva devido à flutuação da procura (69%)
  • Dificuldades de planeamento por causa da volatilidade da procura por parte dos clientes (68%)

De uma perspectiva sectorial, 80% das empresas nos sectores do retalho, produtos de grande consumo e “discrete manufacturing” afirmaram ter sentido impactos negativos. O que contrasta com as empresas no sector das ciências da vida onde apenas 30% sentiram impactos negativos.

 

Recuperação lenta
Demorou entre três a seis meses para que 55% da empresas inquiridas no estudo conseguissem recuperar das disrupções sofridas este ano. Por sua vez 13% das empresas pensa demorar entre seis a doze meses para recuperar.

Para ajudar as empresas a recuperar a Capgemini partilha as melhores práticas de uma supply chain resiliente:

  • Planos de contingência: antecipar as crises e fazer simulações para melhorar a resposta às crises;
  • Localização: priorizar a localização e criar uma base regional de fornecedores e manufactura;
  • Diversificar: dar prioridade à diversificação da base de fornecedores, manufactura e opções de transporte;
  • Sustentabilidade: priorizar a sustentabilidade ao longo da supply chain para poder enfrentar disrupções ambientais e regulamentares para conseguir acompanhar a evolução das expectativas dos clientes;
  • Agilidade: dar prioridade à flexibilidade no processo de decisão e produção, mantendo a agilidade necessária para alterar modelos de negócio;
  • Transparência dos custos: visão clara dos custos e dos riscos associados às estratégias de baixo custo;
  • Visibilidade: dar enfase à partilha de dados com os parceiros e manter uma visibilidade completa de toda a cadeia.

Considerando os primeiros três sectores acima já referidos, 84% das empresas estão a tomar medidas para melhorar a sua capacidade para enfrentar crises, como uma prioridade pós-Covid.

Por sua vez 65% das empresas estão a regionalizar a sua base de fornecedores ou a investir na localização do seus fornecedores e base de manufactura para reduzir o risco. Muitos estão também a diversificar a sua base de fornecedores (68%) e base de manufactura (62%).

No entanto o estudo detectou que apenas uma pequena parte das empresas tinham os níveis de agilidade nas suas supply chains (21%), optimização dos custos ponto a ponto (20%) e visibilidade (9%).

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