Custos das disrupções na supply chain global incluindo e para lá da pandemia

As disrupções na supply chain, incluindo a Covid-19 e tensões geopolíticas, tiveram custos de cerca de quatro biliões de dólares (triliões nos EUA) às empresas norte-americanas e europeias em 2020 segundo apurou um estudo.

O estudo encomendado pela GEP (que oferece serviços de estratégia e procurement para a supply chain a empresas da Fortune 500 e da Global 2000) e realizado pelo Economist Inteligence Unit, apurou que quase metade das empresas (45%) afirmaram que a Covid-19 tinha causado disrupções significativas nas suas supply chains. Para além disso, outros desafios impactaram as empresas incluindo ciberataques (36%), flutuação nos preços das matérias-primas (33%) e ambientes regulatórios divergentes (32%).

O estudo que contou com a participação de 400 gestores de topo de empresas europeias e dos Estados Unidos revelou que 64% das empresas afirmaram ter tido perdas que variavam entre os 6% e os 20% em 2020, que segundo cálculos feitos pela GEP podem chegar aos 4 biliões de dólares.

Cerca de 38% das empresas com facturações superiores a mil milhões de dólares afirmaram ter sofrido danos significativos na reputação (brand reputation) em resultado directo das disrupções na supply chain. Um terço (33%) acrescentou que em resultado das disrupções os seus custos operacionais sofreram aumentos.

Segundo o apurado pelo relatório as disrupções vão tornar-se mais comuns. As razões apontadas são os riscos geopolíticos, tais como políticas comerciais regionais, instabilidade e a corrupção que são apontados como as maiores preocupações, excedendo as preocupações com os aumentos dos custos laborais nos países dos fornecedores.

A continuação das disrupções levou as empresas a realizarem alterações importantes nas suas estratégias, afirmou a GEP. Cerca de 60% dos inquiridos referiu que a resiliência nas supply chains das suas empresas são mais importantes do que a velocidade e eficiência.

As empresas estão à procura de medidas que possam mitigar os impactos de futuras disrupções, incluindo o reforço das relações com os seus fornecedores, criação de equipas permanentes para gerir os risco na supply chain, acelerar o investimento em tecnologia digital, e conseguir uma integração maior entre a supply chain / procurement com as áreas financeiras / TI.

Segundo John Piatek, vice-presidente da GEP (consultoria,) «embora a Covid-19 receba, compreensivelmente, toda a atenção da imprensa, está longe de ser a causa de disrupção nas supply chains globais, gerando perdas da facturação na casa dos dois dígitos e provavelmente mais importante, danos à reputação e lealdade dos consumidores difíceis de calcular.»

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