Cadeias de valor 5.0, o impacto da inteligência artificial na economia, a adoção de sistemas de inteligência artificial pelas empresas, os riscos que podem enfrentar e as “nuvens [talvez não tão] negras no horizonte” foram alguns dos temas em destaque no 1º Congresso de Supply Chain da GS1 Portugal, que se realizou no passado 19 de março, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
As cadeias de valor 5.0 significam “modernização e simplificação”, afirmou João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal, na abertura do congresso subordinado ao tema “Cadeias de valor 5.0 – novo paradigma da competitividade”.
A Europa vive um período incerto, caracterizado pela reorganização das afinidades geoestratégicas e pelas novas tarifas, em que os países mais expostos serão “os que exportam para os Estados Unidos”, explicou António Nogueira Leite, professor catedrático da NOVA SBE. “Para a economia [portuguesa] é algo que nos preocupa, mas não seremos os mais vulneráveis”, acrescenta. Ao focar a discussão na logística, Hugo Oliveira, Diretor de Regulação da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, reforçou o crescimento orgânico das cadeias de abastecimento desde a pandemia, explicando que a expansão das entregas online, a necessidade de descarbonização e o crescimento de utilização de veículos elétricos estão a potenciar o crescimento do setor. Como recomendação, a AMT sugere: a ordenação do território e gestão holística dos fluxos urbanos; a articulação entre os sistemas de transporte, abastecimento energético e cadeia logística; e o investimento em inovação tecnológica e energias renováveis.
O comércio em Portugal está a crescer e a “cadeia de abastecimento é um dos principais pontos de vulnerabilidade para as empresas modernas: cada vez mais conectadas, interligadas e ágeis, mas dependentes da sua cadeia de valor”, constatou João Mira Santiago, Diretor-Executivo da CLARANET. Em Portugal prevê-se que 45% das empresas sejam atacadas até 2025, 62% das intrusões deverão envolver parceiros ou fornecedores e estima-se que 19% dos incidentes não sejam reportados.