Twintex aposta na rentabilidade do novo centro logístico localizado no Fundão

Com mais de 40 anos a operar no sector têxtil e de vestuário, a Twintex está a planear diversificar os serviços que oferece e a nível logístico procura parceiros para optimizar o seu novo centro logístico.
Passado mais de um ano do início da pandemia, Mico Mineiro, COO da Twintex, olha para o futuro com optimismo. Diz ser a altura certa para o país se reinventar. Na empresa têxtil do Fundão a aposta foi num novo centro logístico de 6.000 metros quadrados, num investimento de 3 milhões de euros e que resulta do crescimento do volume de negócios da empresa, bem como da necessidade de aumentar a eficiência. Estando em operação 4.000 metros quadrados deste centro, ainda há espaço neste empreendimento para alugar, bem como área para construção.
Logística Moderna – Com mais de 40 anos de actividade a Twintex é um caso de sucesso na região da Beira/Covilhã. Qual a razão do vosso sucesso?
Mico Mineiro – Existem 5 grandes razões para a face visível da Twintex – Gosto Genuíno no sector que nos permite continuar investir e impulsionar a Indústria Têxtil e de Vestuário, a determinação de vencer que tem sido vinculada ao longo dos mais de 40 anos com os diversos altos e baixos e que nos tem oferecido lições preciosas, uma equipa muito forte que se tem mantido resiliente.
Investimento na Protecção do Ambiente que é um dos maiores objectivos e desafios da Twintex na indústria da moda e a Qualidade da nossa oferta que é destacada pelo rigor e profissionalismo da nossa equipa e fundamentada pelos nossos valores.

 

Como olham para o sector na Região? Portugal está mais competitivo?
Temos óptimas perspectivas para Portugal e achamos que se devem à qualidade que tem sido cada vez mais destacada, à localização estratégica que temos perante o mundo e às condições de trabalho oferecidas.
A pandemia trouxe a valorização da qualidade em vez da quantidade de produtos, como a reestruturação do ambiente e o sector nacional, com esta capacidade de se reinventar, eleva a oferta em todos os sentidos.

 

Porto Seco da Guarda é benéfico para a região
As acessibilidades da Região melhoraram imenso ao longo destes anos (A23, A25, Portos, etc.), mas muitas vezes ainda é olhada como sendo de “passagem”. O que acha da vossa localização e quais as vantagens?
A nossa localização não nos preocupa e localizados na Beira Interior – Fundão – pretendemos divulgar a quem nos visita, sempre o melhor que temos na região para obtermos sempre um regresso.
Acreditamos que a Twintex é mais que uma fábrica de Confecções de vestuário, é uma experiência, e o crescimento notório da Região, ajuda em todos os sentidos, tornando a ‘passagem’ num ponto de referência.

 

O Porto Seco da Guarda está a ser lançado. Qual a vossa opinião desta solução?
É sem dúvida um apport notável para a Região. O Porto de Leixões sairá muito reforçado e a situação geográfica da Guarda beneficiará em muito todo o movimento de mercadorias a nível nacional e internacional.
O Centro Logístico da Twintex tem uma plataforma ferroviária, o que permitirá aos nossos clientes beneficiar deste Porto seco de uma forma total, caso e acredito que sim, o mesmo tenha uma linha ferroviária.

 

Quando há padrões de exigência e de qualidade, a capacidade para concorrer é muito maior. Qual é a opinião que os vossos clientes internacionais têm de Portugal? A vossa concorrência é nacional ou estrangeira?
Portugal é conhecido pelo seu saber fazer e pelo seu saber receber quem nos visita. O primeiro factor referido tem ainda mais expressão quando o tema é confecção, têxtil e claro também calçado, vinho, gastronomia entre outros.
Este é uma vantagem “invisível” da qual o país goza e que faz com que os Clientes estejam permeáveis a trabalhar connosco quando são consultados para tal.
A concorrência no nosso ramo de actividade é global, no entanto não encaramos nenhum dos Players do mercado como concorrente directo da Twintex, pelo contrário encontramos em muitos Parceiros de elevada importância e elevado valor na dinâmica diária da TWX.

 

1100 peças de vestuário por dia

 

A matéria-prima utilizada terá várias origens. Qual o rácio Nacional/Internacional e porquê?

A nossa matéria principal é o tecido, e neste caso em Portugal temos soluções ao nível das melhores do Mundo, no entanto esta escolha recai em muitos casos nas equipas criativas dos clientes.
Isso faz com que muitas das soluções venham de Itália, sendo que Portugal tem uma posição muito forte e apenas uma parte residual venha da Ásia.

 

Quantas peças produzem por dia? São peças com maior valor acrescentado?
A Twintex produz casacos, blazers, calças, saias e vestidos no segmento médio-alto e por dia conseguimos produzir internamente cerca de 1100 peças, no entanto, com os nossos Satélite mais do que duplicamos este valor em algumas alturas do ano.
Como somos responsáveis pelo processo desde o desenvolvimento do produto, conseguimos um valor acrescentado em toda a operação.

 

Plataforma logística de 6.000 metros quadrados

 

A Twintex inaugurou há pouco tempo uma nova plataforma logística. Porquê o Fundão? Quais são os vossos objectivos para este investimento?
A aquisição do Centro Logístico Twintex representa um investimento de mais de 3 milhões de euros, emprega 65 pessoas e resulta do aumento do volume de negócios da empresa, bem como a necessidade do aumento de eficiência.
A aposta na Zona Industrial do Fundão prende-se com a necessidade de encontrar um edifício com um vão de pelo menos 4.000 metros quadrados, e geograficamente localizado junto às principais vias de comunicação.
Ainda temos espaços neste empreendimento para alugar, e também área para construir.
A Twintex exporta quase tudo. Com este investimento há espaço para crescer ainda mais no exterior?
A Twintex exporta 100% da sua produção e acreditamos que há sempre espaço para crescer.
Estamos sempre atentos aos avanços e recuos do sector a nível nacional e internacional e com um bom conhecimento do mercado, sabemos que há sempre manobra para desenvolver muito mais e melhor.

 

Quais as características desta infraestrutura e de que forma fazem a integração da logística e dos transportes.
O Centro Logístico Twintex é um edifício com 6.000 metros quadrados, estando em operação 4.000 metros quadrados, onde dão entrada todas as matérias-primas, é feito o corte e termocolagem de todas as peças e a expedição para os 21 países com quem trabalhamos diariamente.
Temos 6 cais preparados para receber e expedir produtos e um suporte para mais de 100.000 pendurados com destinos a Inglaterra, França, Italia, Canada, USA, etc. Todo o edifício é suportado por tecnologia de ponta que nos permite ser mais eficientes no que dia respeito ao tempo, trabalho e ambiente.
Adquirimos recentemente uma máquina de corte da Mind com software 100% português, destinada para tecidos com padrão e com consumos imbatíveis.
Recentemente, instalamos também 200 painéis fotovoltaicos aumentando a autonomia de produção de energia própria.
Todos os nossos investimentos têm uma vertente ambiental muito forte e como tal o nosso portfólio de maquinaria contém os mais avançados automatismos que facilitam, em todo o sentido, o trabalho diário da equipa.

 

A digitalização é um dos assuntos do momento. Há novidades nesta vertente?
Na Twintex temos muitas ideias para a transformação digital na empresa e uma planificação organizada para arrancar com diversos projectos nesta área. O nosso objectivo é avançarmos no tempo certo e com a nossa equipa preparada para trabalhar e criar uma era digital que cada vez mais se intensifica.
A nossa transformação está coordenada para chegar a todos os nossos processos internos, desde o contacto com o cliente até à produção, a qual se preenche com tecnologia cada vez mais avançada capaz de atender a qualquer requisito dos grandes players da moda internacionais.
Recentemente lançámos a Visita à Twintex em Realidade Virtual 360 que tem sido um sucesso na nossa Comunidade e Internacionalmente, o feedback é muito positivo. Sentimos que abrimos as nossas portas exactamente numa altura em quer era impossível isso acontecer e, por isso, arranjámos uma ferramenta que tornou isso possível.
Convidamos todos a visitar www.twintex.pt e a viver esta experiência da visita 360º, disponível na galeria de vídeos.

 

Optimizar instalações logísticas

 

A sustentabilidade é também essencial. Qual a vossa política sobre esta matéria e o que é que significa o conceito Twintex Eco Fashion?
O projecto Eco Fashion traduz-se agora em EcoLife que é a forte Responsabilidade Social e Ambiental da Twintex. Este conceito conta com mais de 10 anos de desenvolvimento e desde 2014 as medidas tomadas anualmente têm sido cada vez mais significativas tanto para a Twintex como para a Comunidade. Temos uma planificação detalhada com todas as medidas já implementadas e a implementar até 2030 com base nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável lançados pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A nível ambiental, as duas medidas recentes a exaltar são, a produção de 75% de energia através de painéis fotovoltaicos e no início deste ano tornamo-nos uma empresa certificada com o uso de energia 100% de fontes renováveis.
A nível Social, além de reforçamos o nosso apoio através do nosso Twintex LifeCard – cartão de descontos disponível a todos os trabalhadores e família e primeiro grau – que engloba os melhores serviços da região, desde Hotéis, Restaurantes, até Clínicas Veterinárias e Clínicas Dentárias. Igualmente aumentos no nosso orçamento para o apoio a toda a Comunidade, desde associações, eventos, escolas e universidades.

 

O pior da crise parece ultrapassado. Como olha para o futuro da Twintex e qual a estratégia para manter o sucesso? Planeiam a diversificação de negócios?
Vemos Portugal, sem dúvida, num segmento médio-alto ou alto, vemos Portugal no desenvolvimento de produto, isto é, tenho óptimas perspectivas para Portugal e acreditamos que é isso que vai acontecer. O país vai de facto ter a capacidade de se reinventar mais uma vez.
Planeamos diversificar os serviços que a Twintex oferece e a nível logístico procuramos parceiros para optimizar as instalações de que dispomos.

Este artigo foi publicado na edição nº 180 da revista Logística Moderna

 

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