Subcontratação logística em Portugal regista aumento

A subcontratação logística tem vindo a aumentar, fruto da evolução positiva da economia e do aumento das exportações. Como explica o presidente da direcção da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL), Nuno Rangel, em declarações à Logística Moderna, nos últimos dois anos, ”o forte investimento registado por parte de algumas multinacionais em Portugal permitiu a criação de oportunidades aos operadores e que, sendo estas grandes empresas mais sensíveis ao valor acrescentado do outsourcing logístico, acabou por sustentar o crescimento do sector”

O sector dos 3PL continua a aumentar globalmente, tanto em termos de receita como de cobertura, em virtude do crescimento da economia. Os fornecedores estão a melhorar e a expandir as suas competências para aumentarem as suas ofertas. Deixaram, assim, de ser meros fornecedores de serviços de transporte e armazenagem a cada vez mais integradores da cadeia de abastecimento.

O aumento das exportações resultou na melhoria da actividade económica nacional e teve impacto na economia e, naturalmente, na actividade dos operadores logísticos. Nuno Rangel chama, porém, a atenção para a estabilização dos fluxos quantitativos para o exterior e para a necessidade de consolidação, que estão “a reorientar as atenções dos operadores para assuntos que transcendem as fronteiras naturais da logística”.

A logística tem um impacto relevante na economia portuguesa, diz, mas “a APOL considera que a maior parte das PME em Portugal ainda relega a actividade do operador logístico para segundo plano enquanto outsourcing logístico”. O mesmo não se verifica nas grandes empresas e multinacionais a actuar em Portugal, onde o outsourcing logístico é cada vez mais uma ferramenta importante e, “podemos afirmar, uma prioridade”.

Para a APOL, o próximo passo será a aceitação por parte dos gestores das PME da importância do outsourcing logístico, sobretudo “porque há um notório impacto de uma gestão da cadeia logística eficiente nas mais-valias que pode trazer para os seus negócios”.

Mais quais são os grandes desafios que se colocam hoje aos operadores logísticos? Nuno Rangel aponta “a pressão na redução dos custos, pelo aumento da produtividade e eficiência através da simplificação dos processos, sem deixar descurar a qualidade do serviço prestado”. Por outro lado, “é importante estar atento às tendências de futuro, como é o caso da multiplicidade de canais, que exige uma adaptação rápida à mudança”.

O presidente da APOL acredita que o crescimento do e-commerce tem sido o principal desafio para o sector, mas também uma grande oportunidade para o sector revelar a sua capacidade de adaptação e eficiência nos processos logísticos. “Este crescimento irá, sem dúvida, fazer com que a cadeia logística de abastecimento evolua e dinamize o mercado”, afirma.

Também os elevados custos das utilities continuam a influenciar negativamente a competitividade dos operadores logísticos. E esse é outro dos desafios do sector. “É um esforço elevado e uma pressão que os operadores logísticos sentem no dia-a-dia e que, em última análise, prejudica a competitividade das empresas”.

De facto, os custos de operação, assim como outros factores, colocam entraves que podem prejudicar não só a actividade da empresa como podem ter consequências directas na competitividade económica.

“Os custos elevados das utilities têm um impacto negativo na competitividade das empresas portuguesas do sector em relação às congéneres europeias”, nota. Destaca também os preços praticados em Portugal ao nível de combustíveis, energia elétrica e água, que “representam um entrave à competitividade das empresas”.

Para Nuno Rangel, “os operadores necessitam de menos legislação e menos burocracia para operar de forma mais eficaz”. Defende, pois, a importância de “ter uma legislação laboral que permita mais liberdade negocial entre as partes, mantendo a justiça social”. “Na APOL temos estado bastante atentos e activos na defesa dos interesses dos operadores logísticos junto dos poderes públicos, nas áreas regulatórias e tributárias”, acrescenta.

Para 2018, acredita que “deve estabelecer-se um paralelo entre a evolução positiva da economia nacional e a evolução da actividade do sector logístico assim como ao crescimento previsto, que se refletirão no crescimento das exportações e do consumo interno e consequentemente terão impactos importantes no desenvolvimento do sector”.

Leia o artigo na íntegra no próximo número da Logística Moderna.

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