MERCADO PORTUÁRIO CRESCE NO 1º TRIMESTRE DE 2016

MERCADO PORTUÁRIO CRESCE NO 1º TRIMESTRE DE 2016

4 de Maio de 2016

O primeiro trimestre de 2016 fecha com o melhor resultado de sempre. Neste período, os portos do continente movimentaram cerca de 21,7 milhões de toneladas, nas diversas formas de acondicionamento e tipo de tráfego. Comparativamente aos períodos homólogos, verificou-se um acréscimo de +3,5% face a 2015, registando assim a melhor marca de sempre.

Este resultado do mercado portuário é refletido essencialmente pelo comportamento do porto de Sines nos tráfegos de carga contentorizada, carvão e petróleo bruto que, apresentando um peso de 40,5% do total de carga movimentada no conjunto dos portos, registou um acréscimo global de +25,7% face ao período homólogo de 2015.

O porto de Sines cresceu +13,4%. Para este crescimento de +3,5% interessa assinalar o desempenho do porto de Viana do Castelo que, representando 0,6% do total, registou uma variação positiva de +17,2% e do porto de Faro que, embora represente 0,4% do total da quota, cresceu +2,1%. A contrariar a tendência de crescimento surgem os portos de Setúbal, Figueira da Foz, Leixões, Aveiro e Lisboa que assinalaram um recuo de -1,8%, -12,7%, -3,9%, -8,7% e -9,1%, respetivamente.

O porto de Sines reforça a posição cimeira passando de 51,5% para 52%, seguido do porto de Leixões (19,8%), Lisboa (11,8%) e Setúbal (8,4%).

No que respeita ao mercado de contentores, no primeiro trimestre de 2016 verificou-se um volume de 606,9 mil TEU, correspondente a um acréscimo de 4,1% no volume de TEU movimentados, sendo que em Número registou igualmente um aumento, de +1,7%, comparativamente ao mesmo período de 2015. Estas taxas de variação refletem a crescente substituição de contentores de 20’ por contentores de 40’, onde, no período em análise, correspondeu a uma quebra de cerca -7% nos contentores de 20’ e a um acréscimo de +8% nos de 40’. O comportamento deste mercado é determinado pelo tráfego verificado nos portos de Sines e de Setúbal, cuja variação face ao 1º trimestre de 2015 aumentou +10,9% e +35,5%, respetivamente. Importa também realçar que o movimento de contentores registado neste período (quer em Número, quer em TEU) representa o valor mais elevado de sempre nos períodos homólogos, refletindo igual ocorrência nos portos de Setúbal e de Sines, sendo que, relativamente a este último porto, é relevante o tráfego de transhipment que atingiu um aumento de +14,2%, um volume de 247 mil TEU, correspondente a 79,7% do total movimentado.

Ainda dentro deste segmento, o porto de Sines mantém a liderança com um movimento que representa 51,1% do total de TEU (mantendo a quota de 40,7% da responsabilidade do transhipment e 10,4% tendo o hiterland como origem ou destino), seguindo-se Leixões com 26,1%, Lisboa com 16,2% e Setúbal com 5,9%.

No primeiro trimestre de 2016 foram registadas 2559 escalas de navios das diversas tipologias, mais 37 escalas (+1,5%) do que no período homólogo, correspondentes a uma arqueação bruta (GT) de 43,5 milhões (+8,1%). Este volume de GT constitui a melhor marca de sempre, determinada pelo comportamento de Douro e Leixões e Sines.

No mercado das tipologias de cargas destaca-se a Carga Geral que registou um aumento de +6,3%, por efeito do comportamento do mercado de carga Contentorizada, e os Granéis Sólidos que cresceram +4,9% face ao 1º trimestre de 2015, por efeito do Carvão e dos Produtos Agrícolas. A classe de Granéis Líquidos registou um decréscimo de -0,4%.

Devido ao tráfego de transhipment, observado no porto de Sines, o mercado de carga Contentorizada é o que apresenta maior vivacidade e estabilidade na tendência de crescimento, registando um volume de 7,1 milhões de toneladas (quase um terço do total de carga movimentada), superior em 790 mil ao período homólogo de 2015, o equivalente a um acréscimo de +12,4%. Importa ainda salientar o comportamento do mercado da carga Ro-Ro que registou um crescimento de +21,6%, face ao mesmo período de 2015, tendo quadruplicado o seu volume desde 2013.

A carga embarcada, com origem no hinterland dos portos comerciais, na qual as “exportações” assumem um peso importante, registou no 1º trimestre de 2016, um volume estimado de cerca de 7,1 milhões de toneladas, refletindo uma diminuição de cerca de -6,5% face ao período homólogo de 2015, sendo que o total da carga embarcada, incluindo as operações de transhipment efetuadas no porto de Sines (que representa cerca de 80% do movimento de contentores), ascende a 8,8 milhões de toneladas, uma diminuição de -1,9% ao registado no primeiro trimestre de 2015.

Quanto ao volume de carga desembarcada com destino ao hiterland dos portos, na qual as “importações” representam em regra mais de 90%, registou um aumento de cerca +5,1%, face ao valor registado no mesmo período de 2015, ascendendo a cerca de 10,7 milhões de toneladas, muito influenciado pelo aumento da importação de +12,2% de Produtos Agrícolas, de +11,3% no movimento de carga Contentorizada e de +5,6% na descarga de Outros Granéis Sólidos.

Setúbal, Figueira da Foz, Viana do Castelo e Faro são os portos que registam um número de embarques (carga embarcada) superior aos dos desembarques (carga desembarcada), com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 52,1%, 66,6%, 76,7% e 100%.

Written by