A Luís Simões está a participar num projecto europeu, no âmbito do Programa Horizonte 2020 – Optimum, com foco na investigação e desenvolvimento de matérias relacionadas com a optimização dos transportes. O project, que terá a duração de cerca de três anos, conta com a participação de 14 empresas de oito países, sendo a LS o único operador de transportes na Europa a participar.
A solução de optimização consiste na avaliação da introdução de preços variáveis nas portagens nacionais. O objectivo deste projecto é permitir aos operadores de transporte acederem à informação com antecedência sobre o preço a pagar nas portagens e, assim, poderem analisar se o valor é suficientemente apelativo para optarem por uma auto-estrada ou por uma estrada nacional.
Caso o resultado dos testes piloto do projeto Optimum seja positivo, vai ser possível comprovar a hipótese de praticar preços variáveis, fazendo com que seja transferido fluxo de transporte das estradas nacionais para as auto-estradas, com vantagens para o operador das estradas nacionais (redução de custos de manutenção), para o operador das auto-estradas (optimização da ocupação) e para o transportador (redução de custos e tempo/conforto envolvido na viagem). Para além destes ganhos diretos, a introdução desta medida poderá contribuir para a redução das Emissões de Gases com Efeito de Estufa e para a redução de impacto ambiental e social nas populações residentes junto das vias nacionais.
“O caráter inovador da solução Optimum reside na utilização do Big Data proporcionado pelos sensores de ocupação das auto-estradas, sensores de tráfego das estradas nacionais, das informações das redes sociais que podem identificar acidentes ou fluxos anormais de meios a um determinado evento, previsões meteorológicas, entre outras variáveis”, aponta a Luís Simões. Posteriormente, estas variáveis são trabalhadas por um algorítmo que gera preços automaticamente e os disponibiliza em tempo útil numa aplicação que está acessível online. Todo este processo possibilita ao operador de transportes informação, para que possa optar, em determinado percurso, entre a estrada nacional e a autoestrada.
Para a Luís Simões, o maior desafio foi passar a incorporar no processo de planeamento uma variável considerada fixa: o preço da portagem. Foi necessário introduzir alterações nos processos de planeamento, formação dos planeadores e envolvimento dos condutores, de modo a conseguir avaliar de forma mais concreta os preços e os resultados reais das opções de percurso. A LSestá a testar determinados itinerários quase que em laboratório, permitindo ver os ganhos por troço de auto-estrada, em termos de consumo e tempo versus o pagamento de portagem.
A LS tem alocadas 10 viaturas e estão a ser testadas cinco auto-estradas na zona Centro e Norte de Portugal, geridas a partir do Centro de Operações de Transportes de Gaia.
“A criação do algoritmo é fruto da investigação da equipa de projecto na qual está integrada: a LS e outros três parceiros portugueses (IP – Infraestruturas de Portugal, TIS.PT, e Uninova), e ainda investigadores de universidades e parceiros tecnológicos de outros países da União Europeia. Podemos referir que fruto deste projeto foram já publicados papers científicos que atestam o caráter inovador e único deste processo”, afirma Pedro Ventura, director de processos e compliance da Luís Simões.
Basicamente está a ser testado o desenvolvimento de um produto que as gestoras de infra-estruturas poderão usar para aumentar a eficácia da gestão dos seus activos. Numa primeira fase, para disponibilizar a operadores de frotas pesadas e, no futuro, ser acessível para qualquer utilizador privado.