Indra testa condução autónoma em Lisboa, Madrid e Paris

Indra testa condução autónoma em Lisboa, Madrid e Paris

23 de Novembro de 2016

A Indra lidera um dos primeiros projectos que vai testar a condução autónoma nas estradas da Europa, mais concretamente nas áreas metropolitanas de Lisboa, Madrid e Paris, as três maiores cidades do denominado Corredor Atlântico, formado por vias consideradas prioritárias para o desenvolvimento da infra-estrutura de transportes europeia.

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Universidade de Coimbra (UC), o Instituto Pedro Nunes (IPN), a Dirección General de Tráfico (DGT), a Universidade Politécnica de Madrid (UPM), e a Inventeurs du Monde Numérique (INRIA) completam o consórcio do projecto de I+D+i AUTOCITS, que tem um orçamento de 2,6 milhões de euros e financiamento do programa europeu CEF (Conecting Europe Facility).

Hoje realiza-se a primeira reunião do consórcio, na sede da Indra em Madrid, onde será declarado oficialmente o arranque do projecto, e será realizada uma apresentação a diferentes grupos de interesse. O AUTOCITS tem como objectivo facilitar a circulação dos veículos autónomos em núcleos urbanos através do desenvolvimento de sistemas inteligentes de transporte baseados em Connected and automated driving (C-ITS), que permite a comunicação e o intercâmbio seguro de dados entre veículos, utilizadores e infraestruturas, utilizando o standard de comunicações europeu ITS-G5.

O projecto contempla os vínculos entre esta conectividade e a automatização, centrando-se especialmente na segurança rodoviária e nas alterações necessárias na infraestrutura e nos centros de controlo de tráfego, num sentido físico e digital.

Trata-se de conciliar a função de gestão do tráfego que se leva a cabo a partir destes centros com a presença dos veículos sem condutor, tendo em conta que a informação que proporcionam as autoridades de tráfego através dos sistemas inteligentes C-ITS tem uma importância crescente nos níveis mais altos de automatização para desencadear acções tanto em veículos convencionais como automatizados.

Os três pilotos que se vão desenhar, desenvolver e lançar em Lisboa, Madrid e Paris ao longo de 2017 e 2018 vão permitir testar esta relação entre carros autónomos, convencionais e centros de controlo e a elaboração de recomendações a partir da análise dos resultados.

O objectivo é avançar no âmbito regulamentar e nas regras de trânsito para melhorar a interoperabilidade dos carros autónomos, garantir a sua correcta circulação em todo o tipos de estradas nos diferentes países europeus e a sua convivência segura com os restantes veículos.

Actualmente não existe um standard a nível europeu e as normas de cada país têm um grau de maturidade diferente, com Espanha e França numa posição avançada. Para além de contar com a participação das autoridades de tráfego, operadores e Universidades, o AUTOCITS prevê colaborar com outras iniciativas de I+D+i existentes à escala europeia neste âmbito, por exemplo, o projecto C-Roads e a plataforma EU EIP Platform.

Os projetos piloto de Lisboa, Madrid e Paris são pioneiros no Corredor Atlântico e dos primeiros que vão incluir na Europa testes de veículos autónomos, de diferentes fornecedores, fechados e abertos ao tráfego convencional em vias urbanas, suburbanas e ligações com autoestradas.

Em concreto, os testes serão realizados em Lisboa nas Avenidas Marginal e Brasília, duas vias importantes que ligam a cidade de Lisboa com a autoestrada A-36 (IC17-CRIL) e outras infraestruturas de transporte, como barco e comboio; em Madrid na via Bus-VAO que liga com a via de circunvalação M-30, e na autoestrada A-4 nos arredores de Paris Com cada um destes pilotos vão arrancar serviços cooperativos que hoje em dia, tecnologicamente, já são possíveis (denominados serviços “Day 1”), graças a outros projectos de I+D+i realizados previamente, nos quais participaram diferentes membros do consórcio.

Por exemplo, em Lisboa será enviada informação desde o centro de controlo aos veículos com advertências e informação de localizações perigosas, utilizando a comunicação V2X entre o veículo e qualquer objecto ou dispositivo ligado, neste caso um segundo veículo “instrumentalizado”, no caso de Madrid está previsto testar o envio direto de informação desde o centro de controlo aos veículos (I2V) para notificar pontos potencialmente perigosos, como obras na via, presença de um veículo de emergência, lento ou estacionado, assim como alertas por condições meteorológicas.

Em Paris, para além dos avisos de situações perigosas serão notificados os engarrafamentos e ajudar-se-á na sua gestão, facultando informação sobre a velocidade ou vias recomendadas, alternativas, etc. utilizando a comunicação I2V desde o centro de controlo aos veículos autónomos. Nos três pilotos também serão desenhados e testados diferentes serviços que aproveitem a informação que os próprios veículos ligados oferecem aos centros de controlo. Os serviços e sistemas que se testem numa cidade serão inter-cambiados com os das outras duas para comprovar que são interoperáveis e funcionam correctamente.

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