Friopuerto inaugurou entreposto logístico na ZAL de Sines e anuncia investimento em Leixões

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9 de Março de 2015

A Friopuerto Sines, subsidiária detida a 100% pela Friopuerto Investement, holding do grupo Romeu, inaugurou ontem a primeira fase do seu novo entreposto frigorífico em Sines.

A operação do novo armazém, de acordo com os responsáveis da empresa, será suportada por processos e tecnologia de última geração em gestão de câmaras frigoríficas, que permitem oferecer todo o tipo de serviços de transbordos, cross-docking e serviços de valor acrescentado, como armazenamento e temperatura controlada, serviços logísticos de transporte e soluções empresariais, entre outros.
A primeira fase de desenvolvimento deste projecto (que contou com a Infrisa, empresa dedicada à construção de armazéns e câmaras frigoríficas, como parceira) implicou um investimento da Friopuerto de cerca de 2,5 milhões de euros, envolvendo a construção de um armazém de 3.100m2 com duas câmaras refrigeradas, principalmente para fruta fresca (entre 0ºC e 18ºC), um cais de movimentação de 750m2 e um total de oito cais de carga e descarga, tendo capacidade para mais de 1000 paletes. No arranque são criados cerca de 10 postos de trabalho directos. A segunda fase do projecto, que deverá ser concretizada dentro de alguns meses, duplicará a capacidade das instalações, incluindo também câmaras bi-temperatura para produtos congelados.
Segundo a informação divulgada pela empresa, “os fluxos de fruta registam crescimento em toda a Península Ibérica, considerado a Friopuerto que Portugal tem uma posição estratégica ideal para competir nesse negócio, tanto na importação da América Latina, como na exportação”.
Manuel Cabrera, director-geral da empresa, salientou que “hoje culmina uma fase de mais de dois anos de projecto”, o qual se junta aos projectos de Valência, Tânger e Veracruz. O responsável avançou que, em Junho, junta-se a Friopuerto Montevideu e, no próximo ano, a Friopuerto Leixões.
“O crescimento sustentado da carga contentorizada, a oferta de serviços regulares directos a todos os continentes, associados a elevados índices de productividade portuária e à existência de espaço disponível” terão sido determinantes na escolha do porto de Sines para a localização deste investimento.
A inauguração contou com a presença de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, sublinhou a importância estratégica do porto de Sines. Como referiu, no seguimento da melhoria das condições de negócios no porto de Sines, serão concluídas, em Maio deste ano, as obras de expansão do terminal de contentores de Sines. Um investimento de 35 milhões de euros, totalmente suportado pela PSA, entidade concessionária do Terminal XXI. “Este novo incremento aumentará a capacidade do terminal em pelo menos 30%, podendo este valor ainda ser aumentado em função da sua taxa de ocupação”. Neste novo cais, “serão movimentados navios de menor porte, libertando-se o cais principal para a operação dos grandes navios que escalam o terminal”.
Relativamente ao modelo que vai ser seguido na expansão do Terminal XXI, Ana Paula Vitorino, salienta que tem uma reunião agendada com a Administração do Porto de Sines, para esta semana, tendo em vista a análise deste dossier. “Temos de ter a demonstração económica e financeira da necessidade dessa ampliação, a qual é por demais evidente (…)” e “temos de ter o parecer jurídico para fundamentar que essa ampliação pode ser feita por renegociação com o concessionário, o que é importante porque qualquer alteração contractual terá de ser sujeita a visto do Terminal de Contas e, portanto, tem que estar assegurada a viabilidade jurídica dessa solução”. O objectivo actualmente é que “até ao final do primeiro semestre deste ano sejam tomadas todas as decisões que seja necessário tomar em matéria de ampliação das capacidades portuárias”.
À margem do evento, Ana Paula Vitorino falou aos jornalistas sobre a introdução da Factura Única Portuária por escala de navio nos portos nacionais. Reportando-se último Conselho de Ministros, a ministra do Mar salientou que a fase do projecto piloto arranca este mês em Sines. “Já foram desenvolvidos os trabalhos técnicos (…) e estamos neste momento a preparar um protocolo com todas as entidades, nomeadamente SEF e AT, para que este mês comece a funcionar experimentalmente no porto de Sines”. Como referiu “existem uma série de funcionalidades que têm de ser experimentadas e que podem vir a ser corrigidas para depois, até ao final do ano, passarem para todos os portos nacionais”. Esta medida torna, segundo referiu, “o porto mais competitivo”. Actualmente, como apontou, no final da escala de cada navio, cada armador tem de passar uma factura a várias entidades, nomeadamente capitania, porto e SEF. Com esta medida pretende-se que seja uma só factura, utilizando para o efeito a plataforma da Janela Única Portuária, a qual “emite uma factura, é feito um pagamento e a receita é automaticamente dividida pelas várias entidades”, disse. Além disso, “vai poupar-se milhares de toneladas de papel e estima-se que as emissões de CO2 diminuam 9 toneladas por ano”.
Ana Paula Vitorino recusou-se a prestar esclarecimento sobre a futura mudança das administrações portuárias. Relativamente ao diploma que estipula que o porto de Lisboa e os portos de Setúbal e Sesimbra passam a ter um CA comum, a dirigente salienta que “vamos continuar a ter duas administrações portuárias. Não se trata de uma fusão, mas de uma gestão estratégica conjunta, isto é, o planeamento estratégico e instrumentos de gestão têm de ser feitos de forma conjunta, e existirá um representante na administração nomeado na Área Metropolitana de Lisboa que inclui toda a região de Lisboa e Vale do Tejo”. A responsável sublinhou a importância da realização de reuniões semanais do CA, alternadas entre Lisboa e e Setúbal. ”É condição fundamental para que no início seja feita uma boa gestão partilhada dos recursos”, disse, sublinhando que “não pode haver uma supremacia de um porto relativamente a outro”.
Durante a cerimónia estiveram presentes responsáveis da embaixada e dos portos do Paquistão, país com o qual está a ser preparado um memorando de entendimento, com vista a fomentar as relações e explorar novas oportunidades entre os dois países.

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