Empresas portuguesas aceitam prazos de pagamento maiores do que a média europeia

O EPR 2018 Industry White Paper, um estudo desenvolvido pela Intrum revela que todas as indústrias são afetadas negativamente pelos atrasos dos pagamentos, e o sector dos Transportes e Logística não é excepção. Este estudo tem como objetivo compreender o comportamento de pagamento e a saúde financeira das empresas, em diferentes setores de atividade, e de que forma os atrasos de pagamento afetam o seu desenvolvimento.

Quando questionados sobre as principais causas dos atrasos de pagamento, 62% das empresas europeias apontam as dificuldades financeiras e 48% o atraso de pagamento intencional como principais causas, valores estes que decresceram relativamente ao ano passado que se situavam em 66% e 55% respetivamente.

Em Portugal, o Industry White Paper 2018 analisou 3 setores de atividade: Indústria, Comércio Grossista e Retalho e Transportes e Logística. De acordo com o estudo, em todos os setores (80%) as empresas foram convidadas a aceitar condições de pagamento mais dilatadas do que seria razoável, valor este bastante superior à média europeia que se fica pelos 59%. Para além disso, em todos os setores, 64% das empresas portuguesas já aceitaram prazos de pagamento mais dilatadas do que seria razoável, valor este superior à média europeia que atingiu os 56%.

Como indica o estudo, o setor dos Transportes e Logística tem «sido muito afetado» com os atrasos de pagamento, uma vez que, em média, os consumidores têm 25 dias de prazo de pagamento e pagam após 41 dias. As empresas negoceiam o pagamento para 49 dias, mas pagam após 65 dias. No setor público os atrasos neste setor são ainda mais alargados com o prazo de pagamento fixado nos 50 dias, mas que em média atinge os 79 dias para pagar.

O setor do Comércio Grossista e Retalho revela que os problemas financeiros (76%) são a principal causa de atraso de pagamento dos seus próprios clientes. Uma percentagem superior à média europeia, que atinge os 62%, ainda assim, inferior ao ano passado (93%). Também no setor da Indústria, os inquiridos destacaram, que a principal causa de atraso de pagamento dos seus próprios clientes são os problemas financeiros (70%). Neste setor as empresas portuguesas ultrapassam a média europeia, com 65%, embora inferior a 2017 (79%).

Mais de metade das empresas portuguesas (63%) afirma que os atrasos de pagamento têm um alto impacto na liquidez – mais uma vez, um valor bastante superior à média europeia que apresenta uma percentagem de apenas 22%.

Para Luis Salvaterra, Diretor Geral da Intrum “O impacto dos pagamentos em atraso está a diminuir lentamente, em comparação com os números do ano passado. Apesar de algumas empresas estarem a melhorar a sua capacidade de lidar com esta prática, as consequências dos atrasos nos pagamentos continuam a ser um problema. Em 2018 ainda temos cerca de 20% das empresas a afirmar que o pagamento mais rápido de devedores permitiria contratar mais funcionários. Uma situação que invalida a criação de mais emprego”.

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