Ciências da vida e saúde devem reavaliar a sua abordagem na gestão da supply chain

Ciências da vida e saúde devem reavaliar a sua abordagem na gestão da supply chain

31 de Janeiro de 2014

Um novo White Paper divulgado pela DHL defende que as empresas da área ciências da vida e saúde (LSH – Life Sciences & Healthcare) devem globalmente reavaliar e revolucionar a sua abordagem na gestão da cadeia de abastecimento, para poderem sobreviver à miríade sem precedentes de desafios que ameaçam uma grande disrupção na indústria.

Este documento  identifica uma série de tendências-chave que poderiam afectar a indústria da logística, como o crescimento de mercados emergentes, o aumento dos requisitos regulamentares e de conformidade, a alteração das características dos produtos e o crescimento do tráfico de medicamentos falsificados. Além disso, a redução das margens, as crescentes pressões a nível dos custos e o aumento do consumismo estão a transformar completamente o paradigma deste negócio. Está a surgir um modelo de negócio que se comporta e reage como a indústria dos bens de consumo, onde o cliente – e não o fabricante – detém o poder.

Lisa Harrington, presidente do grupo lharrington LLC, elaborou um relatório em colaboração com a DHL para identificar os desafios e acontecimentos que afectam este sector a nível mundial. Lisa Harrington é também directora associada do supply chain management center e docente de gestão da cadeia de abastecimentos no Robert H. Smith School of Business, da Universidade de Maryland.

“O sector LSH encontra-se actualmente numa posição em que tem de repensar todo o seu modelo económico e deverá encontrar formas de reduzir os custos além-fronteiras, para poder manter a sua presença num mercado já não disposto ou capaz de se financiar a preços definidos no passado.

“O anterior modelo de cadeia de abastecimento no sector LSH já não é o mais indicado. O novo ambiente das LSH requer um modelo mais resiliente, adaptável à cadeia de abastecimento, fornecendo fortes recursos de gestão global, reduzindo os custos e proporcionando uma maior agilidade, flexibilidade e resiliência, necessárias para suportar os desafios da saúde global “.

Para a maioria das indústrias, o registo de dois ou três desafios complexos em simultâneo, é o suficiente para causar perturbações na estrutura. Mas o sector das LSH está confrontado com uma complexa rede de desafios que se colocam em todo o negócio, exigindo assim uma mudança na gestão da cadeia de abastecimento.

Fim das patentes, alteração dos produtos e erosão nos lucro: Em 2012 foram perdidos 38 bilhões de dólares em termos de vendas, por causa da expiração das patentes nos principais medicamentos que passaram a genéricos, ao mesmo tempo que a austeridade, a redução dos custos globais dos governos e autoridades oficiais contribuíssem para a falta da prescrição e a queda das vendas em todo o mundo na ordem dos 1,6% para 714 biliões de dólares.

Para conseguir satisfazer as necessidades do mercado atual, liderado cada vez mais pelos consumidores, é fundamental possuir uma cadeia de abastecimento altamente rentável, fiável e com elevada rapidez de resposta.

Enquanto isso, os produtos mais valiosos, mais protegidos contra a erosão das vendas, apresentam riscos financeiros significativos se forem mal geridos na cadeia de abastecimento. Neste grupo incluem-se os fármacos biológicos com benefícios clínicos comprovados ou dispositivos médicos que não podem faltar em certas especialidades médicas, que têm regras complexas, com requisitos de temperatura nos destinos finais (incluindo hospitais e ambulatório).

Os mercados emergentes, mudanças demográficas e as políticas de saúde: a população mundial com mais de 60 anos deverá representar mais de 1/3 até 2050. Além disso, os mercados emergentes, como Brasil, Rússia, Índia, China e México, e as suas classes médias crescentes representam uma oportunidade de grande crescimento para as empresas da área das LSH. Para se adaptarem, estas empresas devem seguir os modelos de negócios LSH de acordo com a sua zona geográfica, o que implica a necessidade de cadeias de abastecimento personalizadas que proporcionam um maior volume de mercadorias num número superior de pontos finais, como hospitais e distribuição de cuidados em ambulatório.

Regulamentos, conformidade e integridade do produto: O crescente problema das falsificações levou os reguladores a imporem um controlo rigoroso e diversificado da integridade do produto. Intensificou-se a recolha de dados de segurança e aumentou a pressão ao longo de toda a cadeia de abastecimento, sendo necessária uma rigorosa certificação no momento da distribuição, muitas vezes tão meticulosa que é feita ao nível das unidades ao invés do lote.

Jonathan Blamey, VP LSH, DHL Supply Chain, diz: ” Fornecer produtos que salvam vidas é uma grande responsabilidade, com riscos que superam aqueles que existem num ambiente típico da cadeia de abastecimento. As empresas da área das LSH têm que configurar o seu negócio para cada mercado, tendo em conta os requisitos normativos e as restrições operacionais de cada sistema de saúde. Considerando também as restrições de produção, de conformidade, de controlo de temperatura e outros fatores, e obterão uma cadeia de abastecimento altamente complexa.

“Com o intuito de aproveitarem da melhor forma as oportunidades de crescimento e conseguirem prosperar neste ambiente, as empresas das áreas das LSH têm uma excelente oportunidade e uma necessidade premente de seguir modelos de aprendizagem a partir de outros modelos de cadeia de abastecimento, tais como os da indústria automóvel e de grande consumo. Compreendemos os desafios que enfrentam as empresas LSH ao criarem soluções que ajudam nossos clientes a enfrentar os desafios de hoje e a antecipar os de amanhã”.

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