Cadeias de distribuição elásticas

Muito se tem opinado e publicado nos últimos meses sobre a cadeia de distribuição logística farmacêutica muito por consequência da crise pandémica que atravessamos, mas importa sublinhar que esta sempre foi um caso “à parte” devido às exigências técnicas próprias do sector.

Não indo ao detalhe da distribuição das vacinas de Covid 19 devido a ser um tema único e que todos esperemos irrepetível, focava-me na capacidade elástica que na distribuição logística farmacêutica se tem vindo a observar também num contexto recente: se por um lado o desenvolvimento omnicanal é uma certeza, por outro lado a elevada flexibilidade e de customização a cada cliente final é o novo paradigma.

Mas de que falamos quando afirmo sobre a crescente necessidade de elasticidade na distribuição logística farmacêutica?  Refiro-me a todas as alterações dos envios já em curso para satisfazer os pedidos dos clientes, onde e apesar de recorrer a vários canais de distribuição já estabelecidos como terrestre, marítimo e aéreo, diferentes temperaturas, níveis de segurança e volumetrias variadas e extremas, o grau de exigência supera o regular e habitual.

Ora a elasticidade no decorrer dos processamentos dos envios, sem esquecer que se tratam de produtos farmacêuticos onde se cumprem todas as exigências técnicas de elevada qualidade, onde se transporta a saúde e a vida de todos, é sem duvida um desafio impressionante. Importa, no entanto, evidenciar que modificar os parâmetros pré-estabelecidos de um envio de forma a ir de encontro às exigências dos clientes sejam eles grandes hospitais, distribuidores, parceiros ou pacientes domiciliários sem nunca baixar os níveis de qualidade e por outro lado prestar um crescente e melhor serviço adequado às necessidades logísticas dos clientes é uma necessidade da logística de futuro.

Pela minha experiência logística vivida e observada também noutros agentes da cadeia de distribuição farmacêutica elencava de seguida como mais comum alguns dos pontos em que são exigidos maiores níveis de elasticidade:
•             Alteração dos prazos de entrega (quer antecipação quer adiamento)
•             Alteração da morada de entrega
•             Alteração total ou parcial dos produtos
•             Anulação total ou parcial da encomenda
•             Alteração das condições de acondicionamento
•             Pré-preparação dos acondicionamentos específicos/condicionantes dos clientes

Estas 6 variáveis, acontecendo por vezes várias ao mesmo tempo num só envio e quando decorre já o seu processamento (por vezes interno mas também já na fase de distribuição) tornam o desafio do cumprimento dos pedidos/exigências/condicionantes do cliente num esforço conjunto de toda a cadeia de distribuição recorrendo sempre a soluções únicas e desenhadas para aquele envio em concreto que se tornou especial.

Este espírito de missão que envolve a cadeia logística de distribuição farmacêutica torna o processo não só como um negócio, mas também como uma forma de estar e de bem servir o próximo. É assim que deve ser visto e qualificado, numa cada vez maior individualização da importância de cada cliente final. Arranjar uma solução única para o pedido especial do cliente, inovar na forma de cumprir o solicitado de forma criativa, focada na qualidade é a marca que reveste os profissionais deste sector.

Eduardo Chaves
Gestor de Logística, Distribuição
Logistics Manager, Distribution
Labesfal / Fresenius Kabi

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