Atrair o talento e gerir a diversidade

Carlos Courelas

RECRUTAMENTO
Atrair o talento e gerir a diversidade

Carlos Courelas, TNT Express Portugal

O sector irá certamente continuar de braço dado com os fenómenos económicos da globalização, mergulhado na dimensão internacional e cosmopolita, mas também nas nossas economias desenvolvidas será afectado pelos desafios da transição demográfica e geracional.

Talvez o ponto que considero primordial é de se manter os esforços das empresas de transporte e logística em melhorar junto do mercado a imagem do sector e o seu employer branding. Não duvido que o desenvolvimento do comércio internacional tenha melhorado a visibilidade e atractividade do sector mas penso que, em certa medida, ainda subsiste um estigma na mente de quem não se relacione com o mesmo. Recordo-me ainda de, há poucos dias, estar a assistir a uma sessão de partilha de best practices em matéria de RH e verificar que as práticas das nossas organizações não ficavam nada atrás de empresas geralmente mais conotadas neste domínio.

É neste âmbito que quer os profissionais de RH quer os próprios CEO das empresas assumem, a meu ver, o peso cada vez mais estratégico da área de Gestão de Pessoas, influenciando directamente o employer branding e a sua capacidade de atracção de talento para o sector.

Não se trata de uma sofisticação corporativa mas sim de uma necessidade económica e de sustentabilidade tendo em conta a transição expectável de muitos profissionais para situações de reforma e a necessidade das empresas de captar talento, o qual é e será sempre escasso. Implicará também mais competição para recrutar e manter os profissionais qualificados nas suas empresas.

O desenvolvimento de programas de mentoring acaba certamente por corresponder, em parte, a esta necessidade ao proporcionar maior interacção e diversidade entre colaboradores, fomentando, além do desenvolvimento de talento, a partilha de conhecimentos e a criatividade.

É certo de que não podemos ignorar a conjuntura económica e social do país aliada a aspectos motivacionais da geração que irá representar a maioria da população dos nossos profissionais, a geração Y ou Millennium, e que, por exemplo, se sentem maioritariamente atraídos por carreiras no estrangeiro, tornando-se um desafio acrescido e estrutural para a gestão do talento.

Assim, continuar a atrair para o sector, ainda muito masculino, um maior número de mulheres poderá permitir às empresas, ainda que para determinados perfis profissionais, o acesso a uma base mais rica e alargada de talento, nomeadamente por estas representarem cada vez mais a população com estudos académicos em matéria de logística e transportes.

Por fim, a competitividade dos benefícios oferecidos no sector, que o colocam geralmente em países desenvolvidos atrás de muitos outros sectores, é outra área estratégica.

Em conclusão, importa termos presente de que inevitavelmente assistiremos a importantes avanços organizacionais e inovações tecnológicas no nosso sector, que se traduzirão em necessidades de investimento por parte das empresas. Quer em torno dos métodos e ferramentas de trabalho que facilitem o desempenho de actividades por profissionais mais velhos ou por mulheres, nos programas de recrutamento e retenção de profissionais suficientemente aliciantes e compensadores, ou na gestão da diversidade ou das expectativas, a mudança está em trânsito.

Carlos Courelas
Human Resources Manager
TNT Express Portugal

6 Dezembro 2013

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