APDL estreia-se na operação de abastecimento de gás natural a navios

Após reconversão e modernização do ferry Sicilia nos estaleiros da West Sea, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) disponibilizou a infraestrutura portuária de Viana do Castelo para o abastecimento deste navio com Gás Natural Liquefeito (GNL). Este foi a primeira operação deste tipo alguma vez realizada nos portos geridos pela APDL.

O navio Sicilia, de 186 metros e com capacidade para transportar 1000 passageiros e mais de 400 veículos, foi abastecido com cerca de 125m3 de GNL, no Terminal Multiusos do Porto de Viana do Castelo, depois de ter dado entrada nos estaleiros navais da West Sea já no passado mês de Fevereiro com o objectivo de ser reconvertido para propulsão a GNL e modernizado.

Esta operação efectuou-se após meticulosa avaliação de risco e implementação dos procedimentos e melhores práticas suportadas nas recomendações internacionais e nacionais, compiladas desde 2018 num estudo, manuais e procedimentos de Bunkering de GNL, mandada elaborar pela APDL, para a preparação das suas equipas, no seguimento das orientações do Quadro de Ação Nacional para a Criação de uma Infraestrutura para Combustíveis Alternativos (RCM 88/2017), em que traça a meta de 2025, para que os portos nacionais tenham a capacidade e abastecimento de GNL a navios.

A operação que foi preparada num trabalho de planeamento concertado entre a Administração Portuária, a West Sea, a Baleària Eurolíneas Marítimas S.A (armador) e a ESK (empresa especialista em transporte de gazes liquefeitos e criogénicos), com a colaboração e suporte de outras entidades portuárias e Bombeiros, tendo a APDL nomeado a SGS, Portugal, para conjuntamente com a equipa interna acompanhar toda a operação do navio e do transportador/abastecedor.

Neste navio, a West Sea instalou um tanque com capacidade para 425 m3 de Gás Natural Liquefeito, adaptou os motores do ferry e da casa das máquinas e instalou, ainda, sensores para monitorização, em tempo real, dos consumos e das emissões.

A operação resulta na redução de 30% das emissões de CO2 do navio, a economização de mais de nove mil toneladas por ano de CO2 e a eliminação das emissões de enxofre e outras partículas. O navio tem, agora, uma autonomia de mais de mil milhas náuticas ao ser movido a GNL.

«O Gás Natural Liquefeito é um dos combustíveis fósseis que menos polui, e é cada vez mais considerado como sendo uma excelente opção em busca de um futuro de carbono zero. O número de navios movidos a GNL tem vindo a aumentar exponencialmente ao longo de vários anos», segundo a administração.

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