AGEPOR traça prioridades para o sector marítimo-portuário

A AGEPOR celebrou ontem, na Escola Náutica Infante D. Henrique, o seu 20º aniversário e os 100 anos de associativismo dos agentes de navegação. Num evento que reuniu cerca de 150 pessoas foram ainda traçadas, pelo presidente da AGEPOR, Rui D’Orey, as prioridades para o sector marítimo-portuário que passam pelo investimento e o aumento da capacidade dos portos, a conclusão do projecto JUL (Janela Única Logística) e a paz social no sector.

Sobre os investimentos e no que diz respeito à execução da “Estratégia para o Aumento da Competitividade portuária”, o responsável acrescenta que a sua «concretização tem vindo a ser feita a um ritmo mais lento dos que os portos, o mercado e a economia necessitam». É exemplo disso os investimentos previstos, como o alargamento da PSA Sines, o novo terminal Vasco da Gama, as dragagens do porto de Setúbal, a modernização da Liscont em Lisboa ou o Terminal – 14 de Leixões.

Sobre a JUL, Rui D’Orey falou em ser «prioritário avançar com a sua implementação, de forma a que a dimensão física seja complementada e suportada por uma dimensão digital”. Salientou ainda o papel fundamental dos agentes de navegação nesta plataforma, «uma vez que actuam como pivots na cadeia logística dos portos».

Por último, foi abordada a paz social do sector: «Os portos nacionais, em especial o de Lisboa, têm sido continuamente assolados por greves ou ameaças de greve, desde 2012. Este é um aspecto negativo porque não existe crescimento de um porto sem uma saudável cumplicidade entre os trabalhadores portuários e os demais stakholders».

Digitalização e sustentabilidade ambiental são os principais desafios

Segundo a AGEPOR os maiores desafios do sector marítimo-portuário passam pela digitalização, a impressão 3D, a robotização e a automação, o big data, a IA e IOT, bem como a sustentabilidade ambiental, como são exemplo as novas regras da emissão de enxofre que entram em vigor em 2020 e que representaram um aumento dos custos para a indústria na ordem dos 60 milhões de euros, ou a redução até 50% das emissões de gases com efeito de estufa até 2050.

Actualmente, o sector marítimo-portuário conta com cerca de 80 agentes de navegação, envolvendo cerca de 1.240 colaboradores, que facturam um valor anual de cerca de 450 milhões de euros. Por ano, registam-se mais de 10 mil escalas de navios nos portos nacionais, que transportam quase 100 milhões de toneladas.

Em Portugal, no ano passado mais de 75% das importações e quase metade das exportações passam pelos portos. A Alemanha, Reino Unido, Espanha, Países Baixos, Itália e França, Estados Unidos, Angola e Marrocos são os principais destinos.

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