A realidade aumentada na logística
15 de Dezembro de 2015
A combinação do mundo físico com o mundo digital esteve em foco sexta-feira, 11 de Dezembro, na Universidade Lusófona, em Lisboa, num encontro dedicado à realidade aumentada. Óculos de realidade virtual, projecções holográficas e interactivas, drones, impressoras 3-D estão aí e prometem mudar a logística.
A optimização da tecnologia aplicada à vida real é o ponto de partida para o conceito de realidade aumentada e embora ainda não tenha entrado no léxico comum, já é utilizada em várias indústrias, com a automóvel a liderar.
“A realidade aumentada é a combinação do mundo físico e do mundo digital”, diz-nos Christine Perey, directora executiva da AR for Enterprise Alliance, entidade focada em acelerar a adopção da realidade aumentada pelas empresas e que veio a Lisboa falar sobre a tecnologia que, embora parecendo ficção científica é já uma realidade.
“O que eu mais gosto na logística, além de ser transversal, é que tem tudo a ver com o mundo físico, real. A logística são os objectos, os produtos… movimentá-los, manipulá-los no mundo físico, o que constitui um enorme desafio para a realidade aumentada.”, lembra Christine Perey, pelo que “há imenso para fazer em termos de picking, armazenagem, gestão de localizações… com uma enorme vantagem da logística em relação a outros sectores, já que a realidade aumentada não existe sem TI e no caso da logística a tecnologia já existe ao longo dos processos, o que facilita bastante o trabalho que ainda há a fazer”.
Os aparelhos apresentados na Universidade Lusófona, como óculos de realidade virtual, impressoras 3D, “drones”, câmaras de alta velocidade e projecções holográficas e interactivas, eram meros exemplos da utilização da tecnologia no dia-a-dia. O objectivo é sempre um: dar mais informação para melhorar a produtividade, como confirma Christine Perey: “A realidade aumentada ajuda a que o mundo todo seja como uma pesquisa de imagens. Nem tudo no mundo foi digitalizado. Ainda! Vai ser possível utilizar o reconhecimento do contexto como algoritmo de pesquisa para encontrar coisas, em vez de pesquisar por palavras-chave… olhar para uma câmara para encontrar informação que vá ao encontro das suas necessidades será o suficiente”.
O que parece ficção científica é mesmo realidade e já está um pouco por todo o lado, do turismo à indústria automóvel, passando pela medicina. “São as indústrias sem margem para erro as que estão mais perto de utilizar a realidade aumentada na totalidade num futuro próximo. Reduzem os erros, reduzem os tempos e muito provavelmente reduzem o custo, melhorando o desempenho de todos”, salienta Christiane Perey.
O futuro passa por aqui e as empresas terão mesmo de investir na realidade aumentada para serem mais rápidas e melhores.
Isso mesmo já percebeu, por exemplo, a DHL que também abriu oficialmente no dia 9 de Dezembro o seu mais recente centro de inovação, em Singapura e o primeiro fora da Alemanha, que mais não é do que uma montra das últimas tecnologias em que o operador global tem vindo a apostar para melhorar a produtividade.
Umas delas é precisamente a realidade aumentada aplicada a condutores de empilhador para aprenderem e melhorarem a sua condução de equipamentos de movimentação. Neste caso trata-se de um simulador de condução de realidade aumentada. Mas o leque de inovações não se fica por aí. Impressão 3-D, dar instruções a um robot para movimentar mercadorias ou óculos inteligentes para “vision picking” são alguns dos exemplos do que se prepara para melhorar a produtividade num armazém perto de si.