A Indústria 4.0, impulsionada pela crescente digitalização e interconexão de sistemas, está a revolucionar a forma como as empresas operam, e o setor da logística não é exceção. A promessa de uma maior eficiência, visibilidade e flexibilidade nas cadeias de abastecimento está a levar à adoção de novas tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), o 5G, ao investimento em cloud e em inteligência artificial.
No entanto, a transição para a Indústria 4.0 não está isenta de desafios. A integração de sistemas legacy, a necessidade de garantir a segurança operacional e a escassez de competências técnicas são obstáculos que as empresas precisam de superar para colher os benefícios desta nova era. Este ano foi histórico no que diz respeito ao número – e em alguns casos prejuízos – de ciberataques. A Kyndryl lançou recentemente o Kyndryl IT Readiness Report 2024, que conclui que 90% dos executivos acreditam ter a melhor infraestrutura de TI, mas apenas 39% destes acreditam que está pronta para gerir riscos futuros. A resiliência começa de dentro para fora. Mais do que nunca é necessário apostar na formação dos profissionais para que estes tenham as competências necessárias para darem respostas aos desafios cibernéticos e fazerem evoluir a indústria.
Mas o que é que podemos esperar de 2025? Maior conectividade, aposta na segurança operacional e cooperação entre TI e TO (tecnologia de operação).
Um dos pilares da Indústria 4.0 é a conetividade transversal. Através da combinação de tecnologias como 5G, Wi-Fi e modelos híbridos de rede, as empresas passam a assegurar a garantia de uma comunicação perfeita entre dispositivos, máquinas e pessoas, em tempo real. Esta conetividade permite a recolha e análise de dados em tempo real, o que é essencial para otimizar as operações logísticas, desde a gestão de armazéns até ao planeamento de rotas e tracking de mercadorias.
À medida que as cadeias de abastecimento se tornam mais complexas e interdependentes, a segurança operacional e a rastreabilidade assumem uma importância crucial. As empresas devem investir em soluções que garantam a integridade dos seus sistemas e dados, protegendo-os contra ameaças cibernéticas e outros riscos, e que melhorem a identificação dos riscos em sistemas obsoletos, a visibilidade e o controlo da cadeia. A rastreabilidade, por sua vez, permite monitorizar o movimento de mercadorias ao longo da cadeia de abastecimento, garantindo a conformidade com regulamentações e proporcionando maior visibilidade aos clientes.
Para que a Indústria 4.0 atinja o seu potencial máximo, é fundamental eliminar a tradicional separação entre os departamentos de TI e TO. A integração entre estas duas áreas é essencial para garantir que os sistemas e processos estejam alinhados com a cultura e com os objetivos estratégicos da empresa.
A jornada para a Indústria 4.0 exige um investimento contínuo em tecnologias e competências. As empresas devem adotar uma abordagem estratégica, que inclua a modernização de infraestruturas, a implementação de soluções de segurança robustas e a formação de profissionais qualificados.
Acreditamos estar perante uma oportunidade única para o setor da logística. Ao abraçar as novas tecnologias e promover a colaboração entre as diferentes áreas da organização, as empresas podem construir cadeias de abastecimento mais eficientes, resilientes e inovadoras, prontas para enfrentar os desafios do futuro.
