Nos primeiros 11 meses do ano, os portos comerciais do continente registaram a melhor marca de sempre no volume de mercadorias movimentadas, atingindo 85,4 milhões de toneladas de carga. Sines, único porto responsável por este crescimento, reforça a sua posição de líder com 54,8% do total da quota de mercado.
O mês de Novembro vem confirmar o comportamento da actividade portuária registado no continente, com um crescimento de 4,1% face ao período homólogo de 2015, sustentado pelo acréscimo do movimentado do porto de Sines, de 6,5 milhões de toneladas, determinando assim um acréscimo global líquido de 3,4 milhões de toneladas. Nos primeiros 11 meses do ano, os portos comerciais do continente movimentaram 85,4 milhões de toneladas de carga nas diversas tipologias, o valor mais elevado de sempre registado nos períodos homólogos. Este comportamento positivo do sistema portuário continental deve-se exclusivamente ao porto de Sines, que cresceu 16,1%, anulando, assim, as quebras verificadas nos restantes portos, com excepção da Figueira da Foz.
O porto de Sines, que registou um movimento de 46,8 milhões de toneladas, correspondente a 6,5 milhões de toneladas do que no mesmo período de 2015, conseguiu absorver, também com o apoio simbólico do porto da Figueira da Foz, a quebra de menos 3,2 milhões de toneladas, verificada nos restantes portos. Como resultado deste comportamento, Sines reforça a sua posição de líder, passando a deter 54,8% do total do movimento portuário, 5,5% face ao período homólogo de 2015, seguido por Leixões (19,5%), Lisboa (10,6%), Setúbal (7,5%) e Aveiro (4,8%). Importa referir que o reforço da posição de Sines durante os últimos meses não é alheia ao facto do Terminal Oceânico de Leixões estar, desde Março, totalmente paralisado para manutenção em estaleiro da monoboia.
A actividade foi reiniciada no mês de Outubro, tendo, no entanto, levado a que cerca de 1,7 milhões de toneladas de Petróleo Bruto destinadas a Leixões tivesse passado por Sines e sido reembarcadas em navios de menor dimensão. Entre Janeiro e Novembro de 2016, o volume de contentores movimentados nos portos do continente, em operações Lo-Lo e Ro-Ro, atingiu cerca de 1,57 milhões de unidades, correspondentes a cerca de 2,5 milhões de TEU, reflectindo, respectivamente, um crescimento de 2,6% e de 4,1% face ao período homólogo de 2015, representando assim as melhores marcas de sempre. Este comportamento resulta da conjugação das variações positivas de 10,7% em Sines, 31,9% em Setúbal, de 5,4% em Leixões e de 19,6% na Figueira da Foz.
Neste segmento de mercado, Sines mantém a posição de líder, apresentando uma quota de 54,7% do total de TEU movimentados, seguindo-se Leixões com 24,4%, Lisboa com 14,2% e Setúbal com 5,8%. Sines foi fortemente influenciado pelo tráfego de transhipment, determinante para o seu comportamento, cujo volume, entre Janeiro e Novembro de 2016, representou cerca de 79,8% do movimento de contentores deste porto, tendo registado um acréscimo de 12% comparativamente ao mesmo período de 2015.
No período em estudo, registaram-se 9898 (-1,4% face a 2015) escalas de navios das diversas tipologias, incluindo os navios de cruzeiro, e uma arqueação bruta (GT) global superior a 183,9 milhões (+3,9% face ao período homólogo). Esta diminuição do número de escalas no conjunto dos portos comerciais resultou principalmente da quebra registada no Porto de Lisboa (-369 escalas), correspondente a -15,1%, apoiada pelas variações negativas de Douro e Leixões (-1,1%), Aveiro (-0,9%), Faro (-57,7%) e Portimão (-20,3%) que anularam as variações positivas registadas em Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Sines. Este último porto atingiu 2223 escalas, atingindo o número mais elevado de sempre nos períodos homólogos. O comportamento dos mercados das cargas regista comportamentos diversos.
A Carga Geral e os Granéis Líquidos registaram, de Janeiro a Novembro de 2016, +6% e +7,7%, respectivamente, resultado do crescimento do mercado de carga Contentorizada (+12,1%), no primeiro, e do movimento do Petróleo Bruto (+25,4%), no segundo. Já a classe dos Granéis Sólidos registou uma quebra de -5,6%, por efeito acumulado de quebras registadas nos mercados do Carvão (-7%) e dos Outros Granéis Sólidos (-5,8%). A carga embarcada, que inclui a carga de exportação, atingiu 36,1 milhões de toneladas, ultrapassando em +3% o registo verificado no período homólogo de 2015, constituindo assim o valor mais elevado de sempre.
Em termos de classes de acondicionamento de carga, destaca-se a classe dos Granéis Líquidos que regista um acréscimo no volume de embarques de +12,2% face ao período homólogo de 2015, por efeito do embarque de 1,7 milhões de toneladas de Petróleo Bruto, quando no mesmo período de 2015 não havia sido registada qualquer operação. No volume de carga embarcada, apenas Sines contrariou o registo de variações negativas, observando um acréscimo de +22,4% face ao igual período de 2015. Todos os restantes portos embarcaram um volume de carga inferior. Quanto ao volume de carga desembarcada, na qual as “importações” representam em regra mais de 90%, registou um aumento de +5%, face ao valor observado no mesmo período de 2015, atingindo quase 49,4 milhões de toneladas, o valor mais elevado de sempre, por reflexo da situação observada nos desembarques de Carga Contentorizada, Petróleo Bruto e ainda no Ro-Ro, embora numa dimensão residual. Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro (agora com a actividade suspensa) são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 81,8%, 63%, 60,1% e 100%, respetivamente.