Transportadores suspendem marcha lenta de amanhã
22 de Março de 2015
Os transportadores rodoviários nacionais, que prometiam abrandar o país em marcha lenta amanhã, anunciaram hoje a suspensão do protesto. O protesto envolvia mais de 2.000 empresas associadas da ANTRAM e cerca de 15.000 camiões. Em causa está o aumento dos combustíveis inscrito no Orçamento de Estado (OE).
Num comunicado enviado hoje às redacções, a ANTRAM dá conta que a marcha lenta foi suspensa, “uma vez que o Executivo alargou o âmbito da reunião, agendada para 30 de Março, a outras pastas do Governo”. O encontro contará não só com o Ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, mas também com o Ministro das Finanças, o Ministro da Economia e o Ministro do Ambiente e respectivas secretarias de Estado.
Nos últimso dias, a ANTRAM saleintou que o sector dos transportadores rodoviários de mercadorias está em “luto nacional e vai endurecer o tom do protesto”. Para esta quarta-feira, dia 23 de Março, mais de 2.000 empresas associadas prometiam uma marcha lenta em todo o território nacional, utilizando para isso os cerca de 15.000 camiões de transporte de mercadorias. Em causa está o aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que, segundo refere, “compromete a competitividade do sector e, consequentemente, a sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho”.
Desde 26 de Janeiro, data em que foram conhecidas as medidas do Orçamento de Estado para 2016, que a ANTRAM tem tomado um conjunto de medidas, tendo já reunido por mais que uma vez com o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.
A ANTRAM manifesta o seu descontentamento relativamente ao facto de o preço do petróleo estar actualmente em baixa. “Acontece que esta baixa se reflete em todos os países”, refere. E, acrescenta, “se em Portugal a carga fiscal for superior, as empresas portuguesas deste sector terão necessariamente um custo de produção superior aos demais concorrentes europeus”. O Governo já propôs uma majoração do custo com o combustível em 20% (em sede de IRC). Medida que ANTRAM rejeita porque nos termos apresentados “não permite atingir o valor que as empresas terão que suportar com o aumento do ISP”. Actualmente, Espanha é o país que mais garante o abastecimento aos transportadores portugueses. Segundo os números mais recentes, cerca de 80% dos camiões nacionais abastecem no país vizinho, sendo que apenas 10% o fazem em Portugal, seguido de França e Alemanha, com 5% cada. “Números que revelam a perda que a política de combustíveis em Portugal representa para o Estado”.