Porto de Lisboa faz parceria com a Galp para a instalação de unidade de produção fotovoltaica

A Administração do Porto de Lisboa (APL) vai avançar com a colocação, em fase experimental, de uma unidade de produção fotovoltaica na cobertura do edifício Infante D. Henrique, junto à Gare Marítima de Alcântara, no âmbito de uma parceria com a Galp. Esta iniciativa integra painéis solares flexíveis, desenvolvidos em colaboração com empresas da rede de inovação da Galp, nomeadamente a portuguesa Luxoenergy, a alemã Sunoyster e a chinesa Sunman, adaptando-se a superfícies curvas ou metálicas, onde os painéis tradicionais têm dificuldade em ser instalados.

Prevê se uma produção anual de cerca de 72,5 MWh (Megawatt hora), evitando a emissão de aproximadamente três toneladas de dióxido de carbono, comparando com a energia da rede elétrica convencional. Uma ação que se enquadra na estratégia global do Porto de Lisboa para descarbonização da atividade portuária.

«Este é mais um projeto de transição energética e de inovação a que o Porto de Lisboa adere, tendo em vista uma melhor relação com a cidade e a melhoria da de vida da população. Os projetos de transição energética como este estão na linha da frente das nossas prioridades na gestão das operações e dos nossos espaços», afirma Carlos Correia, presidente do Conselho de Administração da APL. Paula Sengo, Chefe do Gabinete de Estudos e Planeamento do Porto de Lisboa, acrescentou: «O Porto de Lisboa está empenhado em ser laboratório vivo para tecnologias verdes. O projeto-piloto com a turbina eólica urbana da Windcredible e o sistema OPS são exemplos concretos desta visão, onde testamos, aprendemos e escalamos soluções que tragam impacto real ao sistema portuário e ao ambiente».

Recorda-se que desde 2023 a APL está a avançar com o projeto OPS – Onshore Power Supply, que recebeu financiamento de 18,3 milhões de euros, com apoio de até 14,5 milhões do Programa PACS Sustentável 2030. O sistema permitirá, até 2029, fornecer eletricidade a navios atracados em Lisboa, reduzindo com isso cerca de 77 % das emissões de GEE nas operações portuárias. Também no contexto da descarbonização e em cooperação com a CLIA, o Porto de Lisboa tem estado a implementar medidas conjuntas de mitigação das emissões poluentes provenientes da atividade de cruzeiros. Este esforço resultou numa diminuição média de 16 % nas emissões de CO₂ por navio, segundo dados da Associação.

Paralelamente, o Porto de Lisboa protagoniza um piloto, instalado no final de 2024, na torre VTS de Algés, com a turbina eólica urbana “Urban” — com capacidade até 1 kW — desenvolvida com o apoio da APL pela startup Windcredible, para avaliar a viabilidade da sua aplicação em contexto urbano e portuário, representando outro marco da aposta na inovação. E em novembro de 2024, no âmbito do Congresso Anual da AIVP, de que foi anfitriã, a APL subscreveu os Compromissos da AIVP para promover o desenvolvimento sustentável das cidades portuárias, reforçando o compromisso com os ODS da ONU, que foram ratificados em Lisboa e serão amplamente apresentados na Cimeira dos Oceanos, a decorrer em Nice entre 9 e 13 de junho.

Com esta nova instalação, o Porto de Lisboa reforça o seu percurso na transição energética, combinando projetos de eletrificação de navios, produção renovável in loco e monitorização das emissões, ao mesmo tempo que assume um papel ativo em foros internacionais ligados ao desenvolvimento sustentável do setor marítimo.

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