3 Regras de Ouro

Num passado recente, tive a possibilidade de ajudar uma organização que, aparentemente, tinha tudo para ser uma empresa de referência a nível europeu. Esta experiência foi rica em ensinamentos que deram origem a um conjunto de regras básicas que agora fazem parte da minha vida profissional.

Quando se pronuncia gestão, mudança, objetivos, redução de custos, otimização de processos, aumento de margem deve ter-se a noção de que estas palavras podem ter um impacto positivo e/ou um impacto negativo dependendo do objetivo final e de quem as ouve.

Quando abordamos o Dono/CEO/Administrador com estas palavras é natural obter uma reação de primeiro impacto positiva. Contudo, só serão encaradas como tal, porque têm o objetivo positivo de um impacto positivo significativo nos resultados de qualquer empresa. Quando estamos inseridos numa organização que está assente na base do fazer e abordamos um plano estratégico para atingir o fim a que nos propomos, sentimos o comprometimento do Dono/CEO/Administrador a abandonar-nos e a ficarmos, consequentemente, sozinhos, pois estes não estão habituados/preparados para planear as ações de gestão e definir um caminho estratégico.

Pensava que com as primeiras vitórias, alcançadas do Plano Estratégico Organizacional, a gestão iria acabar por comprometer-se e caminhar ao meu lado. Estava completamente enganado, pois os conceitos e linguagem de gestão eram cada vez mais estranhas, e a desconfiança era cada vez maior – oriunda de um sentimento de quem estava a perder o controlo da sua empresa, penso eu.

Primeira Regra de Ouro: ”O comprometimento da organização na possibilidade de falha é essencial para que possas gerir com responsabilidade”

A gestão da informação é essencial para a criação de uma boa estratégia. Quando desenhas um pano de desenvolvimento organizacional deves ter confiança nos dados em que te baseias para a tomada de decisão.

Antes de projetares algo, ganha tempo a descobrir se o teu sistema te dá a informação que precisas e que esses dados são reais face ao que acontece no chão de fábrica.

Independente do sistema de gestão de dados que tiveres, preocupa-te com a qualidade de dados que consegues retirar do mesmo e não se ele é rápido, fácil…, pois isso poderá mudar a médio-prazo. Interage com a organização até que a informação seja o mais verídica possível.

Segunda Regra de Ouro: ”Brincar com a Matemática é o primeiro passo para poderes desenhar uma boa estratégia organizacional. Brinca até ter confiança nos dados.”

A gestão nunca poderá ser baseada em sensibilidades de quem trabalha no ramo há 40 anos, mas sim em quem estuda o ramo há 40 anos. Quem demonstra as tendências são:

  • A Estatística – Análise Comportamental: Passado – Dados reais
  • O Consumidor – Estudos de Mercado: Futuro – Dados Previsionais

Para que possas definir a estratégia da tua organização, deves perceber o fim da mesma e as bases socioculturais em que esta surgiu no mercado, assim poderás adaptá-los ao mercado de hoje e construir os pressupostos que te levarão ao sucesso da mesma.

Quando se faz gestão, deve ter-se Padrões, Pressupostos e Objetivos. Os nossos guias são os nossos padrões e pressupostos, portanto se tiveres que mudar algo, muda os teus atos de gestão e nunca o contrário para satisfazeres o teu ego com tomadas de decisão sempre certas.

Terceira Regra de Ouro: ”Muda tudo na tua gestão, mas nunca mudes os pressupostos que definistes no início do caminho.”

A gestão de uma organização é como uma viagem, temos um ponto de partida, um ponto de chegada e uma estrada a percorrer. Temos vários caminhos que podemos escolher. Só temos de definir no início as bases que nos façam optar pelo caminho que nos seja mais favorável e sempre com o objetivo de chegada bem presente.

É provável que nos enganemos ao longo do percurso, mas se tivermos tudo bem definido iremos, certamente, voltar a encontrar a estrada certa.

 

André Santos, process engineer

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